Ciência
25/06/2014 às 06:27•2 min de leitura
Mesmo com os avanços milagrosos do mundo das próteses para aqueles que tiveram braços ou pernas amputadas, é claro que, se alguém tivesse a chance, com certeza iria se emocionar ao ver seu membro original crescendo novamente — provavelmente isso seria considerado como um milagre sagrado.
Pois é, ainda não temos esse poder mutante, mas já conseguimos algumas respostas interessantes em relação a isso: caso você ainda não saiba, o fígado é um órgão capaz de reconstituir até 75% de seus tecidos. Além disso, as pontas de dedos cortados crescem novamente — desde que não haja nenhuma intervenção no machucado, voltando ao normal depois de certo tempo.
Mas isso não é nada se comparado às salamandras: quando a pata de uma delas é decepada, o sangue estanca e forma-se aquela "casquinha", assim como acontece quando a gente se machuca. A partir daí, o sistema mirabolante do anfíbio constrói o chamado blastema — uma espécie de "célula-tronco humana" —, fazendo com que a formação original da pata volte ao normal depois de certo tempo, exatamente como era antes (mesmo formato, tamanho etc.).
O vídeo abaixo explica como acontece esse fenômeno:
Esse blastema é formado por uma massa de fibroblastos (calma, não é palavrão), que, quando recrutados, adquirem um aspecto bem primitivo, ativando genes que só funcionam durante o desenvolvimento embrionário. Com isso, eles trocam ideias entre si, ajudando a remontar o membro perdido com perfeição, e detalhe: sempre no lugar certo — não existe o risco de o braço crescer no lugar da perna.
Para descobrir de que maneira um ser humano poderia desenvolver essa capacidade, os pesquisadores decidiram colocar em prática a mesma ideia genial de sempre: testar em ratos de laboratório, assim como em salamandras, também.
Por enquanto, os relatórios informaram o seguinte: as respostas iniciais dos tecidos no local de uma amputação são semelhantes em ambos (salamandras e humanos). Porém, na sequência, no homem é formada uma cicatriz, enquanto a salamandra reativa um processo de desenvolvimento embrionário, resultando em um membro novinho em folha.
Ainda é muito cedo para que o seu organismo tenha a capacidade de reconstruir o seu braço ou perna amputada, mas uma coisa já é certa: aprender a controlar os processos da cicatrização humana — como acontece na recuperação de uma salamandra — pode fazer com que a gente tenha alguns poderes regenerativos que jamais pensaríamos ter alguns anos atrás. O que nos resta é aguardar, pra variar.
E você, leitor, conhece alguém que já tenha regenerado alguma parte do corpo? Não deixe de compartilhar sua opinião com a gente nos comentários abaixo.