Estilo de vida
17/11/2017 às 04:57•2 min de leitura
Crianças herdam traços genéticos de seus pais biológicos, e isso se reflete desde a aparência até a forma como elas se relacionam com outras pessoas. Em termos de inteligência, uma pesquisa recente revelou que a herança que a criança recebe parece vir mesmo da mãe.
Ao que tudo indica, as mulheres têm mais facilidade de passar heranças de inteligência aos filhos porque têm dois cromossomos X, e é através dele que as definições de intelecto são repassadas.
Como se não bastasse, agora os cientistas acreditam que as funções cognitivas que os bebês herdam de seus pais acabam sendo desativadas automaticamente – isso acontece porque uma categoria de genes conhecida como “genes condicionados”, e que vem tanto do pai quanto da mãe, parece funcionar apenas quando é a que vem da mãe – são esses genes que transportam também algumas questões relacionadas à inteligência.
Testes realizados com ratinhos de laboratório que passaram por alterações genéticas revelaram que os que tinham mais genes maternos acabaram se desenvolvendo com cabeças e cérebros maiores e corpos menores – o contrário acontecia com os que tinham doses extras de genes paternos.
A análise dos materiais permitiu identificar que, em todos os animais, havia células que continham somente genes maternos ou paternos, especialmente em regiões cerebrais responsáveis por funções cognitivas, hábitos alimentares e memória.
As células dominadas pelos genes paternos ficam no sistema límbico, que envolve funções como sexo, alimentação e agressão. Os mesmos genes não foram encontrados, no entanto, na região do córtex cerebral, onde ocorrem as funções cognitivas mais avançadas, como raciocínio, pensamento, linguagem e planejamento.
Para confirmar a teoria em pessoas e sair da vida dos ratinhos, os cientistas entrevistaram 12.686 jovens com idades entre 14 e 22 anos, desde 1994. A equipe ainda não conseguiu definir, no entanto, que a mãe é mesmo a maior responsável pela inteligência dos filhos.
Vale lembrar que a genética não é o único determinante da inteligência – estima-se que entre 40% e 60% da inteligência de cada pessoa é hereditária, e o restante ela constrói com suas experiências de vida.
As mães também têm um papel importante nesse desenvolvimento da inteligência que não é herdada, e já há comprovações de que a ligação saudável entre mãe e filho é algo ligado intimamente à inteligência. Quando mães e filhos se relacionam bem, os filhos têm um melhor desenvolvimento cerebral.