Artes/cultura
24/03/2018 às 08:00•2 min de leitura
A clorofila é parte vital das plantas, pois, além de ser a responsável pela característica cor verde das folhas, é essencial para a geração de energia através da fotossíntese. Mas você já imaginou uma planta que sobrevive tendo suas folhas totalmente brancas?
No Henry Cowell State Park, localizado na Califórna, EUA, há uma floresta com mais de 160 mil metros quadrados que abriga muitas sequoias-vermelhas (Sequoia sempervirens). No meio dessa vasta área, existem algumas que possuem folhas totalmente brancas, sendo conhecidas como “árvores-fantasma” ou “sequoias albinas”.
O biólogo Zane Moore conhece a localização de todas elas, e o fato de sobreviverem sem clorofila no meio de tantas outras árvores saudáveis sempre o fascinou. Antes de Moore, cientistas tentaram explicar como isso é possível, com base em fatos conhecidos sobre as sequoias.
Sabe-se que essa espécie de árvore pode criar uma ligação entre elas pelas raízes, formando uma rede que mantém todas as árvores vivas em períodos de escassez de recursos, como o inverno. Por outro lado, durante o verão, as árvores que não contribuem o suficiente com recursos para a rede são eliminadas. Inicialmente, a explicação para a existência das sequoias albinas foi de que elas encontraram um jeito de burlar essa regra, não alimentando a rede de raízes em momento algum, só extraindo recursos durante todo a ano. Por isso, ficaram conhecidas também como “árvores vampiras”.
Essa explicação é plausível, mas Moore não estava convencido disso. Como um aficcionado pelas sequoias albinas, ele não acreditava que algumas árvores específicas conseguissem burlar a rede. Para o biólogo, as árvores albinas precisavam oferecer algo em troca da energia que recebiam para continuarem vivas.
E o provável motivo veio após uma análise de toxicidade feita por Moore. As folhas brancas possuíam altos níveis de cádmio, cobre e níquel, valores que seriam mortais para plantas comuns. Isso o fez crer na possibilidade de essas árvores servirem como um depósito de impurezas da floresta. Elas recebem energia pela rede de raízes e, em troca, acumulam todas as impurezas, deixando as companheiras livres dos elementos tóxicos. Parece um bom negócio para todos, considerando que ela é capaz de sobreviver dessa forma sem problemas.
Moore continua a pesquisa para provar definitivamente que esse é o real motivo da existência das árvores-fantasma. Seu próximo experimento será colocar níveis controlados de níquel em sequoias criadas em laboratório, comparando os efeitos do elemento em uma árvore comum e em outra albina. Ele espera que, comprovando sua teoria, possa um dia plantar as sequoias albinas em áreas poluídas, para que elas absorvam os metais e tornem o solo mais saudável para outras plantas.