Estilo de vida
05/11/2018 às 13:30•2 min de leitura
Se você é fã de astronomia, então sabe que, segundo os cientistas, as galáxias abrigam buracos negros supermassivos em seus centros — e com a Via Láctea não poderia ser diferente. A monstruosidade que habita no miolo do nosso endereço no cosmos, para quem não sabe, é chamada Sagitário A* (o “*” ali no nome deve ser lido como “estrela”), e ela mais de 4 milhões de vezes mais massiva do que o nosso Sol.
Entretanto, a galera que curte astronomia também sabe que os buracos negros são basicamente... Invisíveis, uma vez que, para começar, apesar de serem supermassivas, essas estruturas não são gigantescas (comparado ao tamanho de uma galáxia) e, ao mesmo tempo em que não emitem luz, costumam ficar rodeadas pelos astros e objetos espaciais brilhantes que elas atraem com sua imensa força gravitacional.
(Giphy)
Sendo assim, como é que os cientistas sabem que os buracos negros existem — uma vez que não dá para vê-los assim, no cosmos? E mais: de onde os astrônomos tiraram que o núcleo da Via Láctea abriga o tal Sagitário A*, se nunca ninguém viu esse buracão lá?
Bem, até agora, os cientistas se baseavam na observação de anomalias e na movimentação de estrelas e da matéria que circulam próximo ao centro da galáxia, concluindo que as variações só podiam ser obra da interferência gravitacional de um buraco negro. Entretanto, já faz algum tempo que os pesquisadores estão quebrando a cabeça para encontrar formas de visualizar e capturar imagens desses objetos — e, agora, eles finalmente conseguiram obter evidências que confirmam que Sagitário A* realmente habita no interior da Via Láctea.
(Science Alert/ESO/Gravity Consortium/L. Calçada)
Não, caro leitor, os astrônomos não conseguiram fazer uma foto lindona do buraco negro que fica no centro da galáxia. Mas eles registraram imagens de suas possíveis futuras vítimas — e isso já é um feito e tanto. Deixe a gente explicar essa história melhor!
Os cientistas — de diversos centros de pesquisas europeus — usaram instrumentos presentes no interferômetro do Very Large Telescope (VLT), do European Southern Observatory, e detectaram emissões de radiação infravermelha vindas do disco de matéria que orbita próximo à “boca” do Sagitário A*. Essas erupções, segundo os astrônomos, não só provam a existência do buraco negro, como demonstram que ele está devorando a nossa galáxia pouco a pouco.
Conforme explicaram, esta representa a melhor observação já realizada do material que circula tão próximo de um buraco negro, e o mais incrível é que, de acordo com os cientistas, a partir dos dados coletados, foi possível estimar a velocidade com a qual a matéria está orbitando por ali: 30% da velocidade da luz. Apenas! Enfim, caro leitor, é isso aí... O buracão negro não é invenção e existe mesmo, ele está engolindo a galáxia pouquinho a pouquinho, e a Ciência está cada vez mais próxima de finalmente retratar esses misteriosos corpos espaciais.
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