Estilo de vida
08/01/2016 às 07:14•4 min de leitura
O ano de 2015 foi palco de uma série de anúncios científicos excitantes, como foi a detecção de evidências de que existe água fluindo pela superfície de Marte e a possível identificação de um novo ancestral humano, por exemplo. Pois 2016 nem bem começou, e as expectativas sobre as descobertas que poderão ser feitas durante o ano já são bem grandes! Veja quatro previsões a seguir:
Um dos maiores eventos planetários de 2015 foi, sem dúvida, a passagem da New Horizons da NASA por Plutão. Pois, meados de 2016, a sonda espacial Juno deverá se aproximar de Júpiter, o maior planeta do sistema solar, e a intenção é de que o equipamento colete informações sobre o núcleo jupteriano, mapeie suas nuvens e busque por indícios de água na superfície desse mundo distante.
Além disso, o pessoal da ESA, a agência espacial europeia, também estará trabalhando forte na missão ExoMars — focada na exploração de Marte. O projeto envolve enviar um satélite que deve chegar ao Planeta Vermelho em outubro e, uma vez em órbita, o equipamento buscará evidências de metano e outros gases que poderiam indicar a ocorrência de processos em solo marciano.
Além disso, uma sonda espacial também irá de carona com o satélite da ESA — e terá como objetivo pousar de forma segura na superfície de Marte. O pousador foi projetado para que os cientistas possam desenvolver formas seguras de aterrissar em solo marciano, e servirá de “treino” para o futuro envio de um novo rover ao Planeta Vermelho.
Depois da confirmação da existência do badalado Bóson de Higgs em 2012, diversas partículas foram descritas — e inclusive ocorreram alguns anúncios sobre a possível descoberta de algumas partículas novas. No entanto, com a volta do Grande Colisor de Hádrons à ativa com quase o dobro de sua capacidade no ano passado, existe uma forte expectativa sobre o que 2016 pode reservar para este campo da física.
Conforme explicamos em uma matéria aqui do Mega Curioso, o grande colisor é utilizado para acelerar prótons (e, de vez em quando, alguns íons) em direções opostas para fazer com eles colidam e, então, ver quais partículas resultam das trombadas. Pois, os pesquisadores que estão trabalhando no colisor identificaram a produção de um excesso de pares de fótons e, se sua descoberta for confirmada, ela poderá ajudar a validar a teoria da supersimetria.
Essa teoria, caso você nunca tenha ouvido falar sobre ela, consiste na melhor explicação que os físicos conseguiram encontrar de momento para descrever o universo subatômico — e poderia servir para desvendar vários mistérios fundamentais da física, como é o caso da matéria escura, por exemplo. Além disso, a teoria da supersimetria estabelece que as partículas elementares formam pares com o que os físicos chamam de “superparceiras”.
Os pares de fótons identificados pelos físicos durante os experimentos no colisor foram produzidos em uma escala que poderia tornar os novos potenciais blocos básicos que constituem o cosmos quatro vezes mais massivos do que o quark top, ou seja, a partícula mais pesadas de que se tem notícia.
A descoberta da nova partícula ainda não passa de especulação, mas, se for confirmada, além de ajudar a corroborar a teoria da supersimetria, ela também permitiria que muitas outras partículas fossem incluídas no modelo-padrão — ou, ainda, poderia significar que os cientistas estão lidando com algo muito diferente do que eles estão imaginando!
É possível que dois projetos chamem bastante a atenção do mundo durante o ano de 2016. Um deles, da SpaceX, foi anunciado por Elon Musk em 2013, e consiste em um novo sistema de transporte público de alta velocidade chamado Hyperloop. Basicamente, se trata de cápsulas de alumínio que se moverão por meio de turbinas de ar (que utilizam energia solar para funcionar) em tubos elevados de baixa pressão e equipados com uma série de ímãs.
Pois, em meados deste ano, Musk lançará uma competição voltada para estudantes de engenharia com o intuito de testar diferentes designs para o sistema em um circuito de 2 quilômetros que será instalado na Califórnia. A ideia é provar se o projeto é viável, assim, é possível que tenhamos uma boa ideia de como o Hyperloop poderia funcionar no futuro.
O outro projeto de engenharia que poderá ganhar destaque em 2016 é o teste do Bloodhound SSC, um veículo terrestre supersônico que está em desenvolvimento na Inglaterra. O carro tem formato de caneta e é equipado com um motor de foguete e outro a jato, e a intenção do time é fazer o Bloodhound ultrapassar os 1.300 quilômetros por hora — e quebrar o recorde atual de 1.228 km/h, atingidos pelo Thrust SSC em 1997.
E isso não é tudo! Se tudo sair conforme o esperado — e o time conquistar o tão aguardado recorde —, existem planos de reformular a traseira do Bloodhound e acelerar o veículo além dos 1.600 quilômetros por hora em 2017.
A Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein prevê a existência de ondas gravitacionais — ou seja, ondulações no tecido do espaço-tempo que se formam toda vez que corpos estelares massivos são acelerados. Exemplos dessa “movimentação” seria a fusão de buracos negros e a ocorrência de supernovas, que consistem nas explosões (e morte) de estrelas supermassivas.
No entanto, o problema com as ondas gravitacionais é que ninguém conseguiu “ver” as danadas ainda, basicamente porque elas são ínfimas. Para você ter uma ideia, segundo os físicos, elas provocam perturbações 10 mil vezes menores do que um próton ao longo de uma distância de 4 quilômetros! Por sorte, existem fortes expectativas de que a existência das ondas gravitacionais finalmente será comprovada em 2016.
Aliás, inclusive existem muitos rumores circulando pela comunidade científica de que um anúncio poderá ser feito em breve. Isso porque o LIGO — Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory ou Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser —, que assim como o Grande Colisor de Hádrons, voltou à ativa depois de passar por uma série de melhorias.
Tudo indica que os cientistas encontraram indícios interessantes durante os experimentos. Assim, pode ser que este ano alguém seja nomeado a um merecido prêmio Nobel de Física — e que mais uma vez fique provado que Albert Einstein estava certo.
Qual descoberta científica você gostaria que fosse anunciada em 2016? Comente no Fórum do Mega Curioso