Ciência
07/10/2013 às 09:53•2 min de leitura
Da mesma forma que algumas pessoas querem bancar as felizes em tempo integral com publicações de fotos à beira da piscina, todos os dias, há quem queira também ser o espertalhão que sabe um pouco a respeito de todos os assuntos. Esse segundo gênero de sujeito geralmente tece observações rebuscadas acerca de conjecturas desconhecidas pelo próprio pedante. Deu para entender? Pois é. Esse tipo de pessoa é aquela que usa palavras difíceis, cita versos de sonetos de Camões e fala de autores russos e cineastas alemães como quem fala a respeito de seus melhores amigos.
Não há remédio contra essas pessoas, mas o consenso existe, sim: elas são chatas. E pior: não percebem. Então, às vezes, não adianta você esperar que um sabichão saiba a hora de ficar quietinho, mas é possível reconhecer uma pessoa assim prestando atenção em alguns itens bem característicos. Veja abaixo alguns dos artifícios usados por pessoas que querem bancar as espertinhas:
Fonte da imagem: Reprodução/11points
E recitar esse poema, que fique claro. De repente, quando todo mundo está sentado à mesa, conversando, dando risada, entra o amigo-sabe-tudo. Ela olha a cena, vê todo mundo reunido e comenta que o momento faz com que ele se lembre daquele poema do Vinícius de Moraes, que ele começa a recitar, de olhos fechados e com a mão no peito.
Fonte da imagem: Reprodução/Comunicaciondigital
Nada contra. O problema é quem nem lê e já vai logo dando retweets ou compartilhando um bom tanto de links com assuntos de “gente inteligente”, como economia, política, educação e saúde.
Fonte da imagem: Reprodução/Webpronews
Afinal, você vai parecer muito mais esperto se disser que o filme que marcou sua vida foi “Persona” e não “As Branquelas”.
Fonte da imagem: Reprodução/Telegraph
É a pergunta que não faz a menor diferença para quem não entende de vinho. Algumas pessoas são especialistas no assunto e sabem distinguir tipos de uva, safras, fabricantes, gostos, cores, cheiros e por aí vai. O problema é quem não entende de vinho e teima em querer falar do assunto. Os comentários são rasos, nesse caso: é geralmente aquele cara que cheira a bebida, levanta a sobrancelha, olha a garrafa, vê o nome da uva e fala “ah, só podia ser merlot!”.
Fonte da imagem: Reprodução/inc
A pessoa chega a falar separando as sílabas, declarando seu amor pelo emprego, pela localização incrível, pelo reconhecimento, pela amizade íntima e sincera que construiu com o chefe ao longo dos dois meses em que está empregado.
Fonte da imagem: Reprodução/Agendor
A pessoa sabe algumas palavras em italiano, acha que para falar espanhol é só colocar a língua para fora e diz que é poliglota. É bem mais comum do que você imagina.
Fonte da imagem: Reprodução/Matra
Pobre Clarice, pobre Caio Fernando Abreu, que têm seus nomes vinculados a frases que nunca foram suas. Idem para Luís Fernando Veríssimo, Jô Soares, Renato Russo e tantos outros. Os citadores de autores que nem conhecem estão espalhados, dizendo frases populares em suas conversas para que pareçam inteligentes.
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Você também pensa que inteligência se mede pelos livros que se leu ou pelos filmes que se viu? É claro que essas coisas são bacanas, mas será que somos assim tão limitados a ponto de achar que é só isso o que nos faz inteligentes? O que será que é mais bacana: assumir que seu filme favorito é aquele de comédia ou mentir a respeito?