Artes/cultura
17/10/2017 às 05:00•3 min de leitura
Caso você não saiba, a primeira descrição de que se tem notícia de um osso de dinossauro foi publicada pelo naturalista britânico Robert Plot em 1677 — embora o cientista não fizesse ideia à qual criatura o fóssil pertencia, sugerindo na época que podia se tratar do osso de um elefante ou, quem sabe, inclusive de um gigante.
O gigante de Robert Plot
De acordo com Nick Longrich, professor de paleontologia da Universidade de Bath, no Reino Unido, passaram-se cerca de 100 anos até que os pesquisadores se dessem conta de que o osso (um fêmur) pertencia possivelmente a um réptil enorme — que foi, então, chamado de Megalossauro.
Contudo, foi só em 1842 que o lagartão foi reconhecido oficialmente — graças aos trabalhos do também britânico Richard Owen — e passou a integrar uma ordem completamente nova de animais: a Dinossauria. De lá para cá, mais de 700 espécies desses animais foram identificadas e, ao longo dos anos, muitos mitos sobre eles acabaram sendo derrubados. Confira 4 a seguir:
Não restam dúvidas de que existiram dinossauros pra lá de grandalhões, como foi o caso do Tiranossauro Rex, que media cerca de 12 metros de comprimento e pesava mais de 5 toneladas, e também do Argentinossauro, cujos comprimento e peso foram estimados em colossais 30 metros e 80 toneladas, respectivamente.
Depois de saber que ele tinha o tamanho de uma ovelha, esse dinossauro não parece mais tão assustador
Entretanto, nem todos os dinossauros eram enormes. O Protocerátopo, que você pode ver na imagem acima, tinha o tamanho aproximado de uma ovelha, e o Velociraptor, aquele monstro que tocou o terror no filme “Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros”, tinha dimensões semelhantes às de um Golden Retriever. Na verdade, as descobertas das últimas décadas sugerem que os dinos pequeninos provavelmente eram mais comuns do que os gigantões.
Segundo Nick, por conta de serem répteis e de seu parentesco com os crocodilos, quando os primeiros dinossauros começaram a ser descritos, os cientistas logo imaginaram que sua pele deveria ser uma espécie de couraça. Essa ideia foi reforçada pela descoberta de inúmeros fósseis que preservavam as impressões de placas e cascos, mas uma série de descobertas recentes apontou que nem todos eram “cascudos”.
Os Sinosauropteryx tinham penas
No final dos anos 90, os paleontólogos se depararam com o pequeno dinossauro carnívoro que você pode ver acima, batizado de Sinosauropteryx, e seu corpo era coberto por uma penugem. Depois dele, outros tantos exemplares de répteis com penas no lugar de placas ou couraças foram descobertos, como é o caso dos Heterodontossauros e de diversos animais da família do Tiranossauro — o que significa que o próprio T-rex possivelmente era emplumado.
Pense nos filmes de dinossauros a que você já assistiu e até nas impressões artísticas desses répteis que você viu em livros ou na internet. A grande maioria quase sempre é retratada como tendo peles marrons, verdes ou acinzentadas — o que, francamente, faria da Era Mesozoica uma época bem pouco colorida e muito sem graça!
Eles vinham em cores e padrões variados
Entretanto, testes feitos com placas e plumas de dinossauros revelou a presença de melanina, o mesmo pigmento que dá cor à pele dos lagartos, às penas dos pássaros e até dos nossos olhos. As análises revelaram que os répteis extintos vinham em uma enorme variedade de cores, incluindo o vermelho, o preto e o branco.
Os estudos apontaram que alguns dinossauros inclusive contavam com plumas iridescentes, e que muitos exibiam padrões coloridos compostos por listras e pintinhas. Ademais existiam répteis com o corpo de uma cor e a barriga de outra, e os paleontólogos suspeitam que alguns desses desenhos todos evoluíram para se transformarem em camuflagens que ajudavam os animais a se esconderem de predadores ou se tornarem pouco visíveis para suas presas.
A maioria das pessoas acredita que os dinossauros desapareceram totalmente da face da Terra depois que um asteroide atingiu o nosso planeta há cerca de 65 milhões de anos. E é correto afirmar que o Tiranossauro, o Argentinossauro e uma enorme quantidade de outras espécies pereceram e se tornaram extintas.
Um pequeno grupo persistiu e evoluiu em dezenas de milhares de espécies de aves
Entretanto, um grupo de dinossaurinhos cobertos de penas, provavelmente composto por menos de uma dúzia de espécies, conseguiu sobreviver. Esses animais eram primos voadores dos lagartões que sucumbiram às mudanças climáticas que ocorreram na Terra após a colisão do asteroide — e eles não só perduraram como evoluíram ao longo de milhares de anos, dando origem a algumas das milhares de espécies de aves que existem até hoje.
*Publicado em 07/07/2016