Artes/cultura
23/04/2018 às 14:32•4 min de leitura
O mercado de tecnologia é competitivo ao ponto de as mais poderosas empresas da área sofrerem com altos e baixos, por mais bem-sucedidas que pareçam. Em alguns casos, verdadeiros dinossauros da indústria não resistem e acabam fechando as portas ou caindo de patamar, se tornando só uma memória para o consumidor.
Já outras companhias superam crises graças a gestões salvadoras de CEOs que assumem bombas e conseguem segurar o tranco, seja com reestruturações ou produtos bem-sucedidos. A seguir, você conhece alguns exemplos — e o que cada um fez para colocar o seu nome na história.
A história de Steve Jobs na Apple se encaixa perfeitamente nesta lista. Ele cofundou a empresa em 1876 e ajudou a bolar e vender os primeiros grandes sucessos da marca, como o Apple 2 e o Macintosh. Só que Jobs foi afastado em 1985 pelo presidente John Sculley, que ele mesmo contratou, e foi forçado a pedir demissão.
Jobs abriu então outra empresa, a Next, e ajudou na criação de nada menos que a Pixar. Doze anos depois, ele foi chamado de volta para a Maçã, que estava numa crise sem fim, cheia de cortes de custos, demissões e fracassos comerciais. Jobs cortou quase todos os projetos e produtos em andamento, reorganizou os times e dali para frente foi só sucesso, com o Mac OS X, o iPod e tudo mais.
A Xerox é uma das empresas mais importantes da história da tecnologia, tendo inventado a fotocopiadora e abrigado o PARC, um dos laboratórios mais relevantes da infomática. Só que a companhia estava à beira da falência em 2001, até que Anne Mulcahy assumiu a difícil tarefa.
Em 2 anos, ela cortou custos e enxugou a equipe, investiu em pesquisa e desenvolvimento para criar novos produtos e treinou executivos de uma nova geração. O resultado? Passou de 17 bilhões de dólares em dívidas pra 91 milhões de dólares de lucro nesse mesmo período.
Michael Dell é o fundador da Dell, que começou como uma loja de computadores pessoais personalizados vendidos sob encomenda e virou uma das maiores do setor de desktops e notebooks do mundo. Boa parte desse sucesso vem do trabalho do executivo, e a empresa sentiu isso na pele quando ele saiu em 2004, depois de 20 anos.
O substituto foi ele mesmo quem escolheu: Kevin Rollins, um dos executivos de longa data da empresa. Só que ele foi um desastre como CEO, viu a Dell perder a liderança do mercado de PCs para a HP e se envolver em diversos escândalos. A solução foi chamar Michael Dell de volta em 2007 e recolocar a companhia nos trilhos. Foi o que aconteceu.
Meg Whitman assumiu o cargo de CEO da HP em 2011, depois de comandar o eBay por anos. Ela tinha uma bomba nas mãos e não fez exatamente a empresa decolar, mas tem como mérito impedir que ela desaparecesse. Foi ela a responsável pela divisão da HP em duas: a Hewlett-Packard original, com os produtos de hardware, e a HPE, focada em software e gestão de dados.
A primeira conseguiu até crescer, enquanto a divisão mais corporativa ainda sofre um pouco no mercado. Só que isso só aconteceu depois de diversos ajustes, cortes de custos, mudanças de produtos e rodadas de demissões. A confiança em Meg era tanta que a saída repentina da CEO em 2017 até fez as ações da companhia caírem bruscamente.
E claro que o bilionário empreendedor Elon Musk tem que estar na lista. E é por mérito próprio, porque ele de fato ajudou a tirar uma das suas atuais companhias da beira do abismo. Ele começou salvando a empresa antes mesmo de fazer parte dela, financiando a Tesla em 7,5 milhões de dólares no ano de 2004.
A partir daí, virou presidente do conselho e depois CEO, em 2008. A vida da Tesla sempre foi difícil porque ela demora para lançar novos modelos e entregar os que estão em fabricação, além de toda a desconfiança do mercado com carros elétricos. E na crise econômica do seu primeiro ano de gestão, quase que a Tesla e a SpaceX, que também é dele, abriram falência. Mas uma maratona de negociações na época do Natal encabeçada pelo próprio Musk fez com que as duas se mantivessem vivas e dali para frente acelerarem para o sucesso.
Não, a Microsoft não estava próxima da falência quando Steve Ballmer se aposentou do cargo e entregou para Satya Nadella, que assumiu cheio de desconfiança. Mas a empresa estava estagnada, cometendo erros primários, e a gestão de Nadella vem sendo tão boa que não tem como o deixar de lado.
Ele deu foco a nuvem e gestão de servidores, especialmente com a plataforma Azure, ajudou no sucesso do Windows 10 e do Xbox One e até na melhoria da cultura da empresa. A Microsoft chegou a postar perdas operacionais pela primeira vez antes de Nadella assumir, e desde que ele chegou ao cargo foi só crescimento nas ações. Ela pode valer 1 trilhão ainda em 2018.
O investidor Ben Horowitz é um guru dos executivos hoje em dia, com conselhos certeiros sobre como gerir empresas. E não falta experiência, já que em 1999 ele fundou uma empresa de software que em 2002 virou a Opsware, uma fornecedora de softwares de gerenciamento de data centers.
Especialmente por causa da bolha da internet, um ano antes, a Opsware perdeu 80% do valor e chegou a ter ações comercializadas a 35 centavos de dólar e não parava de cortar custos e demitir pessoas. Mas Horowitz segurou a barra, reconquistou clientes e teve um final feliz, pois a empresa foi vendida para a HP por pouco mais de 1 bilhão e meio de dólares. Hoje, Horowitz tem um fundo de investimento com um catálogo de respeito.
7 CEOs que salvaram empresas de tecnologia [vídeo] via TecMundo