Estilo de vida
21/10/2015 às 09:49•2 min de leitura
Há alguns dias nós aqui do Mega Curioso postamos uma matéria a respeito de uma intrigante descoberta feita através do telescópio espacial Kepler da NASA. Na notícia — que você pode acessar através deste link —, explicamos que o equipamento detectou uma bizarra variação na luz emitida por uma estrela conhecida como KIC 8462852 e que se encontra a cerca de 1,5 mil anos-luz de distância da Terra.
A descoberta chamou a atenção de astrônomos de diversas partes do mundo porque a variação de luz é extremamente significativa. Ela foi calculada em uma redução entre 15 e 22% na emissão luminosa da estrela — quando o normal é que essa diminuição seja da ordem de apenas 1% quando se trata do trânsito de um planeta. Isso significa que é possível que exista algo muito, muito grande em órbita ao redor do astro.
Contudo, como a interferência ocorre com padrões e intervalos irregulares, é pouco provável que se trate de um exoplaneta. Após considerar vários cenários para explicar o fenômeno através de interferências naturais sem sucesso — como a presença de um disco circunstelar, de um grupo de cometas ou uma colisão planetária —, os astrônomos decidiram considerar também a possibilidade de que a variação seja provocada por uma megaestrutura alienígena.
Apesar de remota, uma das alternativas cogitadas pelos astrônomos é que o que o telescópio “viu” passando diante da KIC 8462852 possa ser uma estrutura construída por uma civilização avançada para aproveitar a energia emitida da estrela — como uma série de gigantescos painéis solares.
Pois, de acordo com Mike Wall, do portal Space.com, o pessoal do SETI — um projeto focado na busca por formas de vida inteligente fora da Terra — já apontou os equipamentos do Allen Telescope Array (ATA), formado por um conjunto de antenas capazes de capturar sinais de rádio vindos do espaço, em direção à KIC 8462852.
Apesar da animação de todos, Seth Shostak, um dos astrônomos do SETI, disse que é preciso ter cautela e não criar expectativas demais de que — finalmente — vamos encontrar provas concretas de que existem seres alienígenas espalhados pelo Universo.
Shostak também explicou que, na década de 60, quando os astrônomos detectaram os sinais emitidos por uma pulsar pela primeira vez, muitos também chegaram a pensar que os instrumentos aqui da Terra tinham captado uma possível transmissão extraterrestre.
Região do espaço onde se encontra a KIC 8462852 — e os quadradinhos mostram o campo de visão do Kepler
Hoje os cientistas sabem que as pulsares são corpos estelares superdensos que giram a grandes velocidades e emitem feixes de radiação altamente energética que são registrados na forma de pulsos regulares. Assim, o que Shostak quis dizer com isso é que, muito provavelmente, os astrônomos devem achar uma explicação para a bizarra atividade capturada pelo Kepler — e possivelmente não envolverá a participação de aliens.
Por outro lado, até que alguém encontre uma resposta para o mistério envolvendo a KIC 8462852, a hipótese da megaestrutura alienígena continuará sendo considerada. Afinal, caso as antenas do ATA não capturem nenhum sinal vindo da estrela, isso não prova que não possa existir vida por lá. Além disso, quem garante que o corpo bloqueando o brilho da KIC 8462852 não seja mesmo uma megaestrutura — mas que foi deixada por uma civilização já extinta?