Estilo de vida
30/05/2017 às 13:24•2 min de leitura
Você já deve ter lido por aí que os cientistas estimaram a idade do nosso planeta em cerca de 4,5 bilhões de anos, certo? Mas, você já se perguntou como eles chegaram a essa conclusão, considerando que não havia ninguém por aqui há tanto tempo? Aliás, como os pesquisadores sabem que a Terra não é bem mais jovem, somando, digamos alguns milhões de anos — como já foi proposto anteriormente?
De acordo com Jeanna Bryner, do site Live Science, a Ciência conseguiu datar a idade do nosso mundo graças ao desenvolvimento da datação radiométrica. Mas, antes disso, baseados nas informações presentes na Bíblia, muitos acreditavam que a Terra não podia ter mais do que poucos milhares de anos.
William Thomson, 1º Barão Kelvin — mais conhecido como Lorde Kelvin
A coisa começou a mudar por volta do século 19, quando o físico Lorde Kelvin — o cara que estabeleceu o zero absoluto como 0 K — calculou que o nosso planeta tinha 100 milhões de anos. Aliás, segundo Jeanna, de quebra, Kelvin aproveitou para alfinetar Charles Darwin e dizer que sua Teoria da Seleção Natural e da Evolução das Espécies devia estar errada, uma vez que o que o naturalista propunha não poderia ter ocorrido em tão pouco tempo.
Marie Curie
No entanto, foi graças à Marie Curie e sua descoberta da radioatividade — fenômeno no qual átomos instáveis perdem energia emitindo radiação — que o mistério da idade do nosso planeta começou a ser desvendando. O primeiro passo foi dado pelo físico Ernest Rutherford, que, em 1904, se deu conta de que a energia emitida pelos elementos radioativos podia ser usada para medir a idade absoluta de rochas e minerais.
Ernest Rutherford
Depois foi a vez de o geólogo Arthur Holmes — enquanto ele ainda estava na faculdade — desenvolver uma técnica (a datação por urânio-chumbo) para determinar a idade de rochas. Esse cara aplicou seu método às amostras mais antigas que ele tinha em seu laboratório e, por volta do ano de 1913, descobriu que elas tinham 1,6 bilhão de anos.
Arthur Holmes
Então, com o passar dos anos, mais exemplares foram sendo encontrados e datados — e a idade da Terra, revisada a cada novo estudo. Curiosamente, na década de 20, a idade do nosso mundo já havia sido estabelecida em 3 bilhões de anos, enquanto a do Universo permanecia desatualizada, batendo apenas de 1,8 bilhão de anos! Só que o nosso planeta não poderia ser mais velho do que o cosmos, não é mesmo?
Um dos fragmentos do asteroide
A idade do Universo só foi revisada nos anos 50, quando os cientistas calcularam que ele tinha 13,7 bilhões de anos. Já a melhor estimativa que temos até hoje da idade da Terra foi obtida por meio da datação dos meteoritos Canyon Diablo — que consistem em uma série de fragmentos de um asteroide que caiu no nosso planeta há cerca de 50 mil anos.
A colisão dessa rocha espacial resultou na formação da famosa Cratera de Barringer, situada no deserto do Arizona, nos EUA, que conta com 170 metros de profundidade e 1,2 mil metros de largura. Pois, de acordo com Jeanna, a partir de pedacinhos do asteroide encontrados na cratera e dispersos em seus arredores, os cientistas calcularam as abundâncias relativas de elementos que se formaram conforme o urânio foi se degradando ao longo de bilhões de anos — e estabeleceram a idade da Terra em 4,56 bilhões de anos.
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