Ciência
19/09/2013 às 07:01•3 min de leitura
Talvez você se lembre que a cidade de Kowloon já foi citada aqui no MegaCurioso em uma lista com as 5 cidades mais estranhas do mundo para se viver. Considerado um dos lugares mais povoados do planeta, com 50 mil habitantes vivendo em uma pequena área repleta de prédios, a cidade murada de Kowloon, na China, guarda uma história interessante.
Buscando entender melhor a vida das pessoas que ali moravam, o fotógrafo canadense Greg Girard – em colaboração com Ian Lamboth – passou 5 anos no local para se familiarizar com a realidade da cidade chinesa que viria a ser demolida anos depois.
O olhar do fotógrafo buscou capturar um pouco da condição em que viviam as 33 mil famílias nos mais de 300 prédios interligados que foram construídos sem a ajuda de engenheiros ou arquitetos ao lado do aeroporto de Kai Tak.
“Eu passei 5 anos fotografando e me familiarizando com a cidade, seus habitantes e sua organização. Parecendo tão anarquista e comprometida em sua superfície, de fato ela funcionava de maneira ampla, e funcionava muito bem”, afirma o fotógrafo.
Durante a dinastia Song, que governou a China de 960 a 1279, a região serviu como uma fortaleza militar que tinha como principais objetivos evitar os ataques piratas e administrar a produção de sal – tudo isso antes que o território passasse a ser governado pelos britânicos.
No período da ocupação japonesa em Hong Kong – que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial – parte da cidade foi demolida para que o material fosse utilizado na construção do aeroporto. Assim que o Japão desistiu do território, a população aumentou drasticamente com o crescente número de invasões. Não demorou muito para que criminosos e usuários de drogas também ocupassem a cidade que ficou sobre o governo da Tríade Chinesa até 1974.
De acordo com o jornal The Daily Mail, no início da década de 1980, Kowloon ficou conhecida por seus bordéis, casinos e pontos de distribuição de drogas, como cocaína e ópio. Outras características que contribuíram para a fama da cidade eram os estabelecimentos que vendiam carne de cachorro e os dentistas que atendiam sem qualquer tipo de regulamentação.
Pouco tempo depois, a cidade acabou sendo o estopim de um impasse diplomático entre a China e a Inglaterra, já que nenhum dos governos queria assumir a responsabilidade sobre Kowloon, mas ambos concordavam que os problemas da cidade estavam ganhando proporções intoleráveis, mesmo que as taxas de criminalidade tivessem diminuído nos últimos anos.
A qualidade de vida e as condições de higiene em que as pessoas viviam estavam muito aquém dos padrões encontrados em Hong Kong e então foi dado início a um plano de destruição da cidade. Logicamente, muitos moradores protestaram alegando que estavam felizes naquelas condições. Mas o governo não mudou de ideia e gastou 2,7 bilhões de dólares de Hong Kong (cerca de 770 milhões de reais) para evacuar a cidade entre os anos de 1991 e 1992. A demolição da cidade foi concluída em abril de 1994 e hoje o local abriga um parque que conta com algumas construções preservadas.
Abaixo, você confere algumas das imagens capturadas pelo fotógrafo Greg Girard durante os 5 anos que viveu em Kowloon. O que chama a atenção é a falta de iluminação natural nos espaços fechados, a sujeira e a desorganização que revelam um pouco das condições em que essas pessoas morava.
Fonte da imagem: Reprodução/Greg Girard
Fonte da imagem: Reprodução/Greg Girard
Fonte da imagem: Reprodução/Greg Girard
Fonte da imagem: Reprodução/Greg Girard
Fonte da imagem: Reprodução/Greg Girard
Fonte da imagem: Reprodução/Greg Girard
Fonte da imagem: Reprodução/Greg Girard
Fonte da imagem: Reprodução/Greg Girard
Fonte da imagem: Reprodução/Greg Girard
Fonte da imagem: Reprodução/Greg Girard