Relatório explica o misterioso desaparecimento de 28 mil rios na China

04/04/2013 às 10:153 min de leitura

De acordo com uma alarmante notícia publicada pelo The Verge, durante anos as autoridades chinesas afirmaram que na China existiam cerca de 50 mil rios. No entanto, um levantamento realizado pelo Ministério de Recursos Hídricos do país apontou que mais da metade desses rios desapareceu de forma bastante abrupta, provocando um assustador declínio na disponibilidade de água.

Além disso, os maiores rios chineses — Yangtze e Amarelo — também sofreram uma forte diminuição no nível de suas águas. A situação é extremamente grave, e as autoridades culpam o aquecimento global e técnicas de mapeamento defasadas, baseadas em cartas topográficas incompletas dos anos 50, como as possíveis causas do declínio das águas.

Cúmplices de peso

Fonte da imagem: pixabay

Mas os especialistas apontam outros fatores como “cúmplices” do problema, tais como o explosivo desenvolvimento econômico da região e a pobre administração das questões ambientais. Apesar de técnicas mais atuais de mapeamento poderem explicar em parte a discrepância entre o número de rios estimado antigamente e o revelado pelo levantamento, as autoridades admitem que diversos corpos hídricos sumiram ou se tornaram sazonais.

E além das causas apontadas, há outros fatores que também podem estar contribuindo para o desaparecimento dos rios, como a destruição de florestas e duas questões mais óbvias e que têm aparecido nas manchetes de todo o mundo com bastante frequência: o supercrescimento populacional e a incrível poluição que afeta a região. Juntos, esses dois aspectos formam uma combinação catastrófica.

Dupla arrasadora

Fonte da imagem: Reprodução/New York Times

A industrialização desenfreada vem provocando a contaminação dos rios, enquanto que a superpopulação vem consumindo cada vez mais recursos hídricos, exercendo um impacto ainda maior no já fragilizado panorama. Um levantamento realizado em 2006 apontou que o consumo de água na China quintuplicou desde 1949.

O sistema de abastecimento chinês foi desenvolvido nos anos 60, depois que uma série de enchentes devastadoras forçou o governo da época a construir inúmeros diques, reservatórios e vertedouros para evitar novas catástrofes. No entanto, esse mesmo sistema acabou por bloquear alguns rios que corriam para o norte do país, resultando em uma variedade de desequilíbrios ecológicos depois que lagos e cursos hídricos começaram a secar na região.

Medidas paliativas

Fonte da imagem: Reprodução/South China Morning Post

O pior é que nem mesmo a construção da maior hidrelétrica do mundo — a Três Gargantas — serviu para melhorar a situação. Na verdade, ela teve enormes efeitos sociais e ecológicos desastrosos, que parecem não ter ensinado as autoridades chinesas. O governo pretende iniciar a construção de uma estrutura ainda maior, que deve desviar parte dos já “emagrecidos” rios do sul para abastecer os gigantes Amarelo e Hai, localizados no norte.

A medida é considerada emergencial e provavelmente não será suficiente para solucionar o problema de forma permanente. No entanto, será que, em vez de construir obras absurdas, o melhor não seria encontrar formas de controlar a demanda e regulamentar as emissões e disposição de resíduos?

Mais problemas

Fonte da imagem: pixabay

Mas além de uma iminente crise no abastecimento de água, essa contaminação toda também tem exercido um grande impacto na população. Segundo o The New York Times, 1,2 milhão de mortes prematuras tiveram suas causas atribuídas à péssima — na falta de um adjetivo ainda pior — qualidade do ar. Aliás, a poluição foi a quarta maior causadora de mortes no país, seguida apenas por problemas relacionados à dieta, à pressão alta e ao tabagismo.

Tal como no caso da contaminação dos recursos hídricos, a poluição do ar também é resultado do incrível ritmo de industrialização que a China está vivendo. E sabe o que é pior? Isso não está acontecendo somente por lá. O número de mortes relacionadas com a má qualidade do ar em todo o mundo chegou a cerca de 3,2 milhões em 2010 — o que significa que aproximadamente 40% delas ocorreram entre os chineses.

Assim, os veículos inundando as grandes cidades em números recorde, o dramático aumento no consumo de energia e a queima de outros combustíveis — como o carvão, por exemplo — só contribuem para aumentar ainda mais esta assustadora bola de neve. Ou melhor, de cinzas.

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