Como os turcos mataram milhares de gregos incendiando uma cidade

23/10/2021 às 07:002 min de leitura

A Catástrofe de Esmirna, evento também conhecido como o Grande Incêndio de Esmirna, até hoje figura como um dos momentos mais tristes e sombrios da história grega: anos após o fim da Primeira Guerra Mundial, o exército turco causou a morte de milhares de gregos e armênios, além da destruição da cidade.

(Fonte: Eurokinissi/Tatiana Bollari / Art Exhibition concerning Smyrna/ The National Harald/ Reprodução)(Fonte: Eurokinissi/Tatiana Bollari/Art Exhibition concerning Smyrna/The National Harald/Reprodução)

A queda da Pérola do Oriente

Situada na costa do Mar Egeu, na Turquia, Esmirna era a mais próspera entre as cidades otomanas. O comércio era movimentado e a cultura, viva com os cinemas e as casas de ópera mais luxuosas do mundo. Não por acaso, a cidade era conhecida como a Pérola do Oriente.

Por volta de 1922, cerca de 320 mil gregos moravam em Esmirna. A cidade também era o lar de 10 mil armênios e 140 mil turcos, além de uma quantidade significativa de europeus, judeus e norte-americanos. Todos vivendo tranquilamente, uma vez que a região era tolerante e bem diversa.

(Fonte: Levantine Heritage/ Reprodução)(Fonte: Levantine Heritage/Reprodução)

No entanto, a Catástrofe de Esmirna começou a ser desenhada em 1919, por meio de uma série de decisões equivocadas. Em maio desse ano, a Grécia, encorajada pelas potências do Ocidente, decidiu dar início a uma campanha militar: 12 divisões gregas avançaram sobre o território otomano na Ásia Menor.

Em 1920, por ocasião da assinatura do Tratado de Sèvres (acordo de paz entre os aliados e o Império Otomano) visando delinear as fronteiras da Turquia, o exército grego já havia dominado a Trácia Ocidental. No entanto, o líder turco Kemal Ataturk (1881-1938), decidiu por conta própria ignorar completamente esse tratado. Ao mesmo tempo, o governo central de Atenas chamou de volta boa parte das forças armadas que estavam na Ásia Menor.

Em novembro de 1920, a Grécia iniciou uma segunda onda de ataques contra as forças turcas, com o objetivo de atingir Ataturk na Turquia. O exército grego continuou avançando no ano seguinte, ao passo que o exército turco ganhava poder e apoio étnico.

Em julho de 1921, Atenas tomou outra péssima decisão: avançar ainda mais sobre a Ásia Menor. Por um lado, o exército helênico ganhava território, mas por outro estava perdendo pontos de abastecimento e, consequentemente, munições e suprimentos começavam a faltar.

Esmirna, 1922: caos e destruição. (Fonte: Neos Kosmos/ Reprodução) Esmirna, 1922: caos e destruição. (Fonte: Neos Kosmos/Reprodução) 

Cerca de 1 ano depois, em julho de 1922, as forças gregas estavam enfraquecidas, não apenas pela morte dos seus soldados, mas também psicologicamente, uma vez que o governo foi obrigado a convocar mais 8 mil homens.

Enquanto isso acontecia, Ataturk preparava seu exército para ofensivas intensas. Pouco mais de 1 mês após esses eventos, Esmirna deixaria de existir como o mundo a conhecia.

O Grande Incêndio

Em 13 de setembro de 1922, soldados turcos colocaram fogo nos bairros armênios e gregos da cidade. A onda de terror ainda teve componentes desumanos, como estupros e assassinatos em massa.

Centenas de milhares de gregos e armênios foram para a orla da cidade em uma tentativa desesperada de fugir do ataque, sendo forçados a permanecer na região por quase 2 semanas, sem nenhum tipo de ajuda e em condições precárias.

(Fonte: Levantine Heritage/ Reprodução)(Fonte: Levantine Heritage/Reprodução)

O incêndio durou até 22 de setembro. No entanto, as tropas turcas e os grupos de renegados começaram a massacrar a população armênia e grega dias antes de as chamas começarem. Estimativas apontam para cerca de 100 mil pessoas mortas, sendo a maioria cidadãos gregos.

O Grande Incêndio de Esmirna destruiu por completo os bairros dos grupos-alvo. Já os bairros dos judeus e muçulmanos escaparam sem danos. Até hoje as autoridades turcas negam a responsabilidade sobre esse ataque que deu fim a milhares de vidas inocentes que nada tinham a ver com a guerra.

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