Mural de sinagoga é encontrado em apartamento nos Estados Unidos

04/09/2022 às 07:002 min de leitura

Por praticamente três décadas, um mural histórico pintado por um imigrante lituano no início do século 20 ficou escondido atrás de uma parede em um complexo de apartamentos em Vermont, nos Estados Unidos. Conhecido como "Mural Perdido", a obra recebeu um meticuloso trabalho de preservação para poder ser apresentada.

Segundo os pesquisadores que trabalharam no local, o mural restaurado faz parte da história religiosa e artística judaica americana. Nos últimos meses, a arte foi movida para a sinagoga Ohavi Zedek, localizada na cidade de Burlington, onde os locais poderão continuar apreciando sua existência ao longo dos próximos anos. Entenda mais sobre o caso!

A saga do mural

(Fonte: The Lost Mural Project/Divulgação)(Fonte: The Lost Mural Project/Divulgação)

Tudo começou em 1910, quando os líderes religiosos da segunda sinagoga de Burlington decidiram contratar o pintor Ben Zion Black, de apenas 24 anos, para pintar um mural de 14 m² e também o teto da sinagoga por aproximadamente US$ 200. Black já era visto dentro da comunidade como um artista muito talentoso, tal como poeta, dramaturgo e um mestre na cultura iídiche. 

Com seu pincel, o artista habilmente fez sua versão da Tenda dos Tabernáculos, um santuário portátil que possui alta relevância dentro da história judaica. Para isso, utilizou-se de ricos tons de vermelho, ouro e azul, que juntos concluíam a imagem de um sol deslumbrante brilhando perante a dois leões e uma coroa flutuando acima dos Dez Mandamentos.

O projeto seria parte da sinagoga Chai Adam, que logo fundiu-se com a congregação vizinha da sinagoga, Ohavi Zedek, e fechou as portas em 1939. O prédio, então, passou a servir para uma série de outros propósitos, virando até mesmo uma loja de tapetes e um armazém. Com o tempo, todos os resquícios do trabalho de Black foram sendo escondidos. 

Descoberta do mural

(Fonte: The Last Mural Project/Divulgação)(Fonte: The Last Mural Project/Divulgação)

Com o passar dos anos, novos proprietários compraram a antiga sinagoga e começaram a convertê-la em apartamentos no ano de 1986. Porém, para que isso acontecesse, os moradores de Burlington convencerem os donos da obra a construir uma parede em frente ao mural para preservá-lo para o futuro. 

Em 2012, enquanto trabalhavam em conjunto dos proprietários do edifício, os defensores do mural acabaram derrubando esse muro, o que acabou relevando que o mural estava em mau estado. Nessa época, era evidente como a pintura havia descascado e o gesso havia sido danificado.

Com isso, eles decidiram mover cuidadosamente a obra para a sinagoga Ohavi Zedek em 2015, onde conservadores iniciaram um processo de restauração do mural. Ao todo, foram arrecadados US$ 1 milhão de doadores locais, nacionais e internacionais para esse ambicioso projeto. 

Surpreendentemente, a delicada operação foi bem sucedida e o mural conseguiu sobreviver ao tempo. A existência desse tipo de arte é ainda mais relevante nos tempos modernos pelo fato de muita história judaica, sobretudo pinturas em paredes de sinagogas na Europa, terem sido destruídas durante o Holocausto

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