Artes/cultura
05/07/2017 às 04:37•2 min de leitura
Não é de hoje que os mais diversos tipos de máquina estão substituindo trabalhadores humanos: empacotadores, caixas de supermercado, trocadores de ônibus e o que mais der na telha – o trabalho de muita gente hoje em dia pode ser trocado por máquinas, e é bem possível que essas substituições sejam cada vez maiores.
Até mesmo no mundo das artes a previsão é a de que haja essa substituição também, e um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Rutgers e do laboratório de Inteligência Artificial do Facebook nos mostra que muita coisa vem pela frente quando o assunto é a substituição do trabalho humano por equipamentos artificialmente inteligentes.
Basicamente, esses pesquisadores criaram uma forma de não apenas produzir arte em laboratório, mas também de criar diferentes estilos estéticos, inspirados em movimentos impressionistas e do expressionismo abstrato. O sistema é tão competente na hora de produzir artigos artísticos que um teste feito pelos pesquisadores, e que contou com a avaliação de críticos de arte, revelou que os especialistas gostaram do que viram.
O algoritmo desenvolvido nada mais é do que um programa que envolve duas redes que trabalham em conjunto para obter resultados cada vez mais positivos. A rede geradora produz imagens e a rede discriminadora avalia se o conteúdo produzido é artístico ou não.
Exemplos de peças de arte produzidas pelo programa
Para saber se o desenho gerado é artístico ou não, o discriminador conta com um arquivo de 81.500 exemplos de produções artísticas feitas por pessoas e também com um exemplo de critérios de avaliações feitas por críticos de arte. Ou seja: a combinação de todos esses dados sobre arte realmente faz com que o trabalho produzido pela máquina seja bem executado.
Uma vez que toda essa análise seja feita e que o gerador consiga identificar o que é e o que não é arte, ele começa a seguir por uma diretiva diferente e passa a produzir arte que não seja parecida com nada existente em seu arquivo.
Um dos membros da equipe que fez o estudo, Ahmed Elgammal, disse, em declaração publicada no Mother Nature Network, que o programa foi pensado também para não produzir algo que seja visualmente desagradável.
O teste realizado com os críticos de arte foi feito com base em comparação: eles avaliavam duas peças artísticas e precisavam dizer também qual delas tinha sido feita por uma pessoa e qual por uma máquina. Os resultados revelaram que as obras feitas artificialmente foram mais bem avaliadas do que aquelas feitas por seres humanos.
Obviamente, esse tipo de trabalho não substitui os conceitos sentimentais, emocionais e filosóficos, por exemplo, que existem em trabalhos feitos por pessoas. Os programas que geram arte ainda não conseguem produzir material com significado emocional, e nesse aspecto os seres humanos são realmente insubstituíveis – pelo menos por enquanto.