Estilo de vida
19/10/2015 às 14:20•2 min de leitura
Um conglomerado de dez empresas (sim, dez!) acaba de apresentar um novo dispositivo no mercado. A associação trabalhou no gadget durante vários anos e tem certeza de que ele causará uma revolução na indústria. Um novo smartphone? Um tablet arrasador? Um vestível criativo? Nada disso: estamos falando do Orifuji, um dispenser high-tech de papel higiênico.
Você não leu errado. Dez companhias se juntaram especialmente para criar esse aparato, capaz de cortar automaticamente o papel quando seu usuário já desenrolou o suficiente. Não satisfeito, o Orifuji ainda dobra as pontas do próximo papel no formato de um triângulo – uma tradição antiga e um trabalho que, até então, era feito manualmente pelos mais educados.
Claro que é algo assim só poderia ter saído do Japão: por lá, é comum encontrar alta tecnologia ao adentrar em um toalete. Acredite ou não, mas, nos últimos tempos, algumas fabricantes têm planejado criar até mesmo vasos sanitários capazes de cumprimentar o seu usuário antes de servir como depósito para dejetos.
Painel de controle de um típico vaso sanitário japonês: repare nos controles de reprodução de música
Os vasos japoneses que você já encontra nos dias de hoje não são menos incríveis: possuem tampas aquecidas (e equipadas com sensores de proximidade), descargas automáticas e até mesmo alto-falantes que reproduzem músicas tranquilas para relaxar seu esfíncter. Uma marca em específico – a Inax – costuma programar seus aparelhos para tocarem trechos da melodia “Frühlingslied”, um clássico do compositor alemão Felix Mendelssohn.
Quer mais? Que tal bidês totalmente automatizados, com painéis digitais e botões que lhe permitem “customizar” sua experiência no troninho (escolhendo entre várias intensidades de jatos e brisas perfumadas para uma gentil secagem de seu traseiro)? É algo comum na casa de um cidadão japonês. É interessante observar que o preço dessas comodidades sanitárias gira entre R$ 650 pelos vasos mais baratos e R$ 3,2 mil pelos mais luxuosos.
Galeria 1
Outro dispositivo curioso que as mulheres costumam usar nos banheiros nipônicos é o Orihime (que pode ser traduzido livremente como “A Princesa do Som”). Trata-se de um pequeno sensor que, ao detectar a presença de um indivíduo, começa a fazer um som que lembra muito os ruídos de uma descarga.
O invento surgiu por um motivo ainda mais estranho: muitas japonesas tinham vergonha e medo de que outras pessoas pudessem ouvi-las urinando, e, por isso, se acostumaram a pressionar o botão da descarga repetidamente enquanto faziam suas necessidades. Isso obviamente causava um desperdício absurdo de água, e tal gadget nasceu dentro de uma campanha para incentivá-las a cessar tal prática.
Você pode até achar que investir tanto em um recipiente para seus dejetos seja uma grande besteira, mas, acredite, fazer de tudo para que seu banheiro seja o mais confortável possível é algo que já está presente na cultura do Japão. E esse mercado é um tanto lucrativo: ele movimenta centenas de bilhões de ienes por ano. A Toto, considerada a maior manufaturadora de produtos para toaletes, lucrou cerca de US$ 4,5 bilhões só no ano passado.
É tanto dinheiro que, em maio deste ano, o governo japonês anunciou que pretende criar incentivos para impulsionar o segmento. Uma das primeiras ações nesse sentido será a criação de um showroom no Aeroporto Internacional de Narita (Tóquio), no qual visitantes estrangeiros poderão experimentar os mais recentes gadgets da Toto e levar a cultura do “banheiro high-tech” para outros países ao redor do globo. Nada mal, não?