Vão liberar antimatéria no interior de uma câmara para ver o que acontece

06/11/2018 às 09:303 min de leitura

Quando a gente solta qualquer objeto — isto é, algo composto por “matéria” —, o que acontece é que ele “cai” em direção ao solo devido à atração da gravidade, certo? Mas, e se em vez de matéria, a gente soltar antimatéria... O que acontece? Será que ela vai em direção contrária ao solo e sobe em vez de cair? A probabilidade é que a antimatéria se comporte igual a matéria mesmo, porém, como ninguém sabe dizer com absoluta certeza o que acontece, uma equipe de físicos do CERN está planejando fazer experimentos para descobrir.

Existência efêmera

A antimatéria, como você deve saber, é basicamente composta por partículas idênticas às encontradas em materiais subatômicos comuns, mas com cargas opostas. Os cientistas acreditam que, na natureza, ela provavelmente seja criada por estrelas de nêutrons, jatos de plasma emitidos por buracos negros e inclusive pelos raios das tempestades e até furacões, e sua existência é pra lá de efêmera, uma vez que quando a matéria e a antimatéria se tocam, elas se aniquilam mutuamente, liberando energia.

AntimatériaO que poderia dar errado, não é mesmo?

Por conta dessa característica, estudar a antimatéria em laboratório e em condições controladas não é uma tarefa nada fácil! Além de ser bastante complicado criar pequenas quantidades desse material, e de ele ter um custo absurdo para ser produzido, como se fosse pouco, se trata de algo incrivelmente instável. Para você ter uma ideia, um grupo de físicos conseguiu capturar e isolar um tiquinho de antimatéria em 2010, e só foi possível estudá-la por uma fração de segundo.

A coisa melhorou bastante em 2011, quando os pesquisadores conseguiram evitar que a antimatéria se desintegrasse por incríveis 16 minutos. Mas, apesar de na ocasião os cientistas terem tido mais tempo para estudar o material, ainda existem muitos mistérios sobre ele por solucionar — e, agora, os físicos querem descobrir como é que a antimatéria se comporta quando submetida à ação da gravidade.

Experimentos

De acordo com Michael Irving, do site New Atlas, as previsões apontam que a antimatéria deve reagir da mesma forma que a matéria comum, mas é preciso tirar a prova — uma vez que, segundo os físicos, existe uma pequeniníssima chance de que ela atue de forma diferente do esperado.

O time pretende realizar 2 testes diferentes, e nos dois experimentos, os cientistas deverão primeiro criar um pouco de antimatéria, liberá-la de sua “armadilha” eletromagnética no interior de uma câmara e ver o que acontece (e nós aqui do Mega, se fossemos os pesquisadores conduzindo isso aí, manteríamos os dedos cruzados por se acaso!).

Antimatéria(Giphy)

Segundo Michael, a diferença entre os dois experimentos está forma como os cientistas deverão produzir a antimatéria e em como ela será liberada depois. Em um dos testes — chamado ALPHA-g —, os físicos empregarão dispositivos do CERN para coletar antiprotons e ligá-los a pósitrons para produzir átomos neutros de antihidrogênio que, por sua vez, serão capturados na tal armadilha eletromagnética até serem liberados na câmara.

No outro teste — chamado GBAR —, os físicos devem coletar os antiprótons a partir do anel de desaceleração do colisor e combiná-los com pósitrons para produzir íons de antihidrogênio. Depois, esse material deve ser super-resfriado e neutralizado com a aplicação de feixes de laser — que serão usados para eliminar um pósitron do antihidrogênio.

Complicado? A gente aqui do Mega Curioso achou que sim! Especialmente considerando que os cientistas têm apenas algumas semanas para fazer tudo isso aí e fazer os experimentos com a antimatéria antes de os aceleradores de partículas serem desligados por 2 anos para reformas. A boa notícia é que, se rolar alguma explosão ou coisa do tipo, o CERN já está preparado para entrar em obras mesmo! E aí, caro leitor, o que você acha que vai acontecer? Tem algum palpite?

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