Estilo de vida
16/09/2020 às 11:00•2 min de leitura
Mergulhadores da organização sem fins lucrativos Badewanne da Finlândia fizeram uma descoberta impressionante ao explorar as profundezas do Mar Báltico: um navio mercante holandês do século XVII que continua assustadoramente intacto, mesmo após 400 anos de naufrágio.
Publicado na revista de pesquisas Science Alert na última segunda-feira (14), o relato impressiona pelo estado de conservação da embarcação, e causa surpresa por se tratar de um naufrágio muito antigo, de um tempo bem superior às relíquias encontradas pelo pessoal da Badewanne, acostumados a recuperar navios afundados durante as duas guerras mundiais.
Fonte: Badewanne/Reprodução
Descoberto perto da foz do Golfo da Finlândia, na parte mais oriental das águas do mar Báltico, o navio é um filibote (do holandês "fluyt boot"), uma espécie de veleiro do final do século XVII, normalmente usado como navio de carga pela Companhia Holandesa das Índias Orientais.
Segundo o arqueólogo marítimo Niklas Eriksson, da Universidade de Estocolmo, que estudará a descoberta, "o naufrágio revela muitas das características do filibote, mas também algumas características únicas, como a construção da popa".
Um exame superficial da embarcação revela apenas alguns pequenos danos, provavelmente causado por redes de pesca. Contudo, o navio está congelado numa espécie de estase secular, segundo a equipe, graças à ação da água que, nesta parte do mar, apresenta baixos níveis de salinidade, temperatura e luz.
Uma das características da descoberta é a arquitetura única da embarcação. Diferente dos outros barcos da época, projetados para alternar entre navios de carga ou de guerra, o filibote de três mastros apresenta um design econômico e amplo, inteiramente destinado a maximizar a capacidade de carga.
Devido a essas características, o cargueiro podia transportar até o dobro da carga de navios do mesmo porte. Seus sistemas avançados de amarração garantiam que sua capacidade de navegação pudesse ser controlada por tripulações reduzidas, o que tornava a operação do navio extremamente lucrativa.
Para Eriksson: "O naufrágio oferece uma oportunidade única de investigar o desenvolvimento de um tipo de navio que navegou por todo o mundo e se tornou a ferramenta que lançou as bases para a globalização moderna inicial”.