Círculos subaquáticos: a incrível arte feita pelos baiacus

27/04/2021 às 11:002 min de leitura

Em 2012, o fotógrafo japonês Yoki Ookata, em um mergulho próximo de Amami Oshima, no extremo sul do Japão, fotografou padrões geométricos ornamentados de aproximadamente 2 metros de diâmetro feitos a quase 24 metros abaixo do nível do mar.

Apesar de existirem desde 1995, quando foram descobertos pela primeira vez no país, ninguém foi capaz de explicar esse tipo de fenômeno. No entanto, isso mudou depois que Ookata trouxe uma equipe de televisão para estudar mais profundamente os misteriosos círculos subaquáticos, que despertaram o interesse mundial por se assemelharam aos mesmos círculos que aparecem em plantações ao redor do mundo – atribuídos a obras de extraterrestres.

Foi descoberto que o responsável pelas incríveis formas no chão arenoso do mar são os peixes baiacus.

A confecção

(Fonte: Pinterest/Reprodução)(Fonte: Pinterest/Reprodução)

Enquanto outros peixes constroem montículos de areia para o acasalamento, os baiacus machos optam por decorar as cristas e vales de areia, as quais eles dão forma nadando ao longo do fundo do mar, com fragmentos de conchas e outros tipos de sedimentos que conferem uma aparência e coloração distintas para os círculos.

O trabalho dos peixes é extenso e demora cerca de 7 a 9 dias para ficar pronto, sendo que eles nadam dia e noite sem parar. As enormes construções desempenham um papel importante nos rituais de acasalamento da espécie, pois as fêmeas baseiam sua decisão sobre se acasalar ou não com um macho a partir de suas habilidades de confecção dos círculos. Contudo, os cientistas ainda não descobriram exatamente o que elas procuram em um padrão circular ideal.

(Fonte: Bored Panda/Reprodução)(Fonte: Bored Panda/Reprodução)

Os pesquisadores dos relatórios científicos acreditam que seja apenas a areia fina que as fêmeas buscam, não os complexos padrões ou a simetria das formações. “As belas linhas e estruturas podem servir apenas para canalizar essas partículas para o centro do círculo”, disse um dos pesquisadores ao LiveScience. Isso porque os ovos dela são depositados bem na zona central da formação.

E então, como a maioria dos peixes, os machos fertilizarão esses ovos externamente e, uma vez que eles eclodem, o macho abandona o ninho. Depois eles costumam desfazer os círculos por completo e partir para uma nova área, dando início a outro tipo de formação para encontrar fêmeas que queiram depositar seus ovos em suas obras de arte feitas de areia.

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