Estilo de vida
19/08/2021 às 04:00•2 min de leitura
Nascido em 1931, Grover Sanders Krantz foi um professor, criptozoólogo e antropólogo norte-americano, autor de mais de 60 artigos acadêmicos e 10 livros sobre a evolução humana, com pesquisas realizadas na China, na Europa e na Ilha de Java.
No entanto, Krantz também destinou boa parte de sua vida para estudar e defender de maneira ferrenha a existência do Pé Grande, arrebanhando dezenas de críticos que tiraram crédito de seus outros trabalhos devido à sua crença em algo folclórico.
Acusado de propagar uma "ciência marginal", o homem perdeu bolsas de pesquisa, promoções no trabalho, prestígio e até teve sua vida pessoal afetada — incluindo o divórcio com Evelyn Einstein, que era a filha adotiva de Albert Einstein. Apesar de tudo isso, ele não desistiu.
Segundo o Science Daily, a carreira de Krantz foi marcada por assuntos controversos, como a vez que ele defendeu a preservação dos restos do Homem Kennewick, um esqueleto paleo-americano e pré-histórico encontrado no leito do Rio Columbia, em 28 de julho de 1996.
(Fonte: Retriverman/Reprodução)
Interpretando o papel do típico cientista solitário devido ao tipo de temas que defendia, Krantz também batalhou 8 meses contra um câncer no pâncreas, até sua morte em 14 de fevereiro de 2002. No entanto, enganava-se aquele que acreditava que o estudioso viraria as costas para a ciência em seu fim.
Krantz não teve um velório, em vez disso, ele deixou em seu testamento que seu corpo fosse doado para a fazenda de corpos da Universidade de Tennessee, onde são feitos estudos sobre as taxas de degeneração do corpo humano para ajudar em investigações forenses.
Além de estudado pela ciência, ele queria que fosse visto por dentro por milhares de pessoas, e fosse preservado ao lado de seus preciosos cachorros.
(Fonte: Vintage News Daily/Reprodução)
Em 2003, seus restos mortais foram enviados para o Museu Nacional de História Natural da Instituição Smithsonian para uma exibição, feita em 2009. Chamada Escrito em Osso: Arquivos Forenses do Chesapeake do Século XVII, a exposição mostrava o esqueleto articulado de Grover Krantz com seu cão Clyde, da raça Lébrel irlandês.
“Fui professor durante toda a minha vida e acho que posso muito bem ser professor depois de morrer. Então por que simplesmente não doar meu corpo à Ciência?”, disse ele ao antropólogo David Hunt, segundo a matéria do Smithsonian Magazine.
Atualmente, a descrição na placa ao lado da vitrine onde está o que sobrou de Krantz o identifica apenas como um antropólogo que amava seus cães. Não há menção pública sobre seus trabalhos, mas o seu legado na comunidade científica permanece, tão controverso quanto complexo, no reflexo confuso de um homem com a mente brilhante que foi desprezado pelos colegas da Ciência e enaltecido por conspiradores, crentes e supersticiosos.