Ciência
01/03/2023 às 08:00•3 min de leitura
O racismo fez com que contribuições de grandes inventores negros fossem negligenciadas, ou subestimadas, ao longo da história. Mesmo as que causaram grande impacto na vida cotidiana da humanidade, de utensílios domésticos a equipamentos médicos, viram os nomes e as trajetórias de seus inventores serem apagadas, desvalorizadas e não reconhecidas.
Cientes que é papel de toda a sociedade combater o racismo, vamos contar as histórias e celebrar as invenções destes grandes inventores negros, dando o crédito que merecem. Separamos alguns nomes, mas sugerimos que você, leitor, estenda seu estudo para além das informações que aqui expomos. Confira.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Matemático, astrônomo e inventor, Benjamin Banneker foi o responsável pela criação dos primeiros relógios fabricados nos Estados Unidos. Se não fosse o suficiente, ele ainda criou almanaques responsáveis por fornecer informações astronômicas detalhadas, amplamente utilizados entre o fim do século XVIII e início do século XIX.
Nascido em 1731, Banneker era abolicionista, atuando no movimento pelo fim da escravidão nos Estados Unidos. Seu ativismo foi preponderante para colocar em evidência as injustiças e a crueldade da escravidão. A base de todo o movimento de direitos civis nos Estados Unidos foi estabelecida a partir dos escritos de Benjamin.
(Fonte: Black Then)
Nascido em Maryland em meados do século XIX, Benjamin Bradley é um nome incontornável quando o assunto são motores a vapor. Isso porque esse incrível inventor, que superou o descrédito e o pouco acesso à educação para se formar em engenharia, desenvolveu um dos primeiros e mais potentes motores a vapor.
Nascido escravo, sua condição impossibilitou que sua invenção fosse patenteada. Porém, vendeu sua criação para arrecadar dinheiro suficiente para comprar sua própria liberdade. A grande eficiência de seu motor tornou ele queridinho de construtores de navios. Depois de livre, seguiu criando, tendo recebido diversas patentes pelo seu trabalho.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Sabe o sinal de trânsito? Se você fizer uma pesquisa no Google, é capaz de encontrar a informação de que foi um produto desenvolvido pela General Electric Company, no primeiro quarto do século XX. O que não te contam é que ele foi inventado pelo grande empresário negro Garrett Morgan, nascido no Kentucky, em 1877.
Inventor, também, da máscara de gás, patenteada em 1914 e utilizada na Primeira Guerra Mundial, ele desenvolveu o que seria o semáforo moderno. Em 1923, venceu para a GE por cerca de US$ 40 mil, em valores da época. Corrigidos para os valores atuais, supera a marca de US$ 700 mil.
(Fonte: Primeiros Negros/Reprodução)
Richard Spikes é o nome do homem responsável por fazer você apenas girar a chave para dar partida no seu veículo. Spikes é um grande inventor da história dos Estados Unidos, responsável pela criação do motor de arranque automático, que substituiu a, até então, perigosa tarefa de ligar os carros.
Não é pouca coisa: isso ajudou toda a indústria automobilística, já que tornou mais seguro ligar seu carro, aumentando o interesse do público comum em adquirir uma unidade. Seu talento para negócios era tão grande, que Spikes criou a primeira das empresas responsáveis por comercializar invenções.
(Fonte: Cove Security/Reprodução)
Todo o sistema de segurança e proteção patrimonial residencial que você conhece não existiria não fosse Marie Van Brittan Brown. A inventora do sistema patenteado em 1966 nasceu quatro décadas antes, tempo que levou para projetar um sistema que incluía circuito fechado de TV, capaz de fornecer monitoramento aos moradores diretamente de dentro de suas casas.
Acha pouco? Marie também inventou um mecanismo de travamento de porto com controle remoto. Nenhum dos sistemas de segurança modernos existiria sem o trabalho de Brown, uma pioneira que não teve seu mérito reconhecido.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Madam C.J. Walker não é somente uma inventora e grande empresária, mas foi a primeira mulher a se tornar milionária por conta próprio. Sim, ela fez fortuna através do seu trabalho, desenvolvendo e comercializando produtos para cabelos de mulheres negras nos Estados Unidos.
Seu negócio começou em 1900, no sistema de vendas porta em porta, demonstrando para as mulheres o funcionamento do produto. Apenas mais recentemente Walker passou a receber reconhecimento por seu trabalho, com direito a uma série da Netflix que narra sua trajetória.