A história da mulher que correu uma maratona menstruada e sem absorvente

11/08/2015 às 05:582 min de leitura

Menstruação, por mais que seja algo absolutamente natural, ainda é um tema polêmico: em algumas partes do mundo, as interpretações culturais a respeito do ciclo menstrual são assustadoras; no mundo do esporte, é também um tabu que prejudica muitas atletas mulheres.

Aquelas que vivem em penitenciárias não têm acesso a absorventes, como revela o livro “Presos que Menstruam”, da jornalista Nana Queiroz. Na obra, ela relata casos como os de presidiárias que usam miolo de pão para conter o sangramento – o mesmo problema é também parte da vida de moradoras de rua de todo o mundo.

Para chamar a atenção para o tema, a atleta Kiran Gandhi, de 26 anos, musicista e formada em Harvard, decidiu participar de uma edição da Maratona de Londres, que ocorreu em abril deste ano, sem usar absorvente, mesmo estando menstruada. A iniciativa, é claro, abriu portas para um grande debate em todo o mundo.

“Eu fiquei menstruada na noite anterior e foi um desastre total, mas eu não quis limpar. Seria muito desconfortável me preocupar com um absorvente interno por 42 km”, escreveu ela sobre o ocorrido. “Se há um jeito de transcender a opressão, esse jeito é correr uma maratona na direção que você quer”, completou.

Kiran afirma que sua atitude foi uma maneira de combater o sexismo e falar a respeito do estigma que é a menstruação. “Eu corri com sangue escorrendo pelas minhas pernas em nome das irmãs que não têm acesso a absorventes e pelas irmãs que, apesar das cólicas e da dor, escondem isso e fingem que isso não existe. Eu corri para dizer que isso existe e que superamos isso todos os dias. A maratona foi radical e absurda e sangrenta em sentidos que eu não poderia imaginar até o dia da corrida”.

Agora a história de Kiran está sendo comentada em todo o planeta por inúmeros internautas que dividem opiniões. Há quem acredite que a atitude da corredora foi exemplar e corajosa, mas, como sempre, há quem também tenha feito críticas, desaprovando a manifestação.

Por outro lado, Kiran acredita que não falar sobre menstruação é uma forma de opressão, escondida nas entrelinhas de quem, em pleno 2015, ainda insiste em usar expressões como “naqueles dias”, por isso a importância de quebrar essas barreiras. Qual é a sua opinião sobre esse manifesto?

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