Ciência
06/10/2017 às 14:00•2 min de leitura
Calma! A profissão do contador não irá acabar, apenas serão necessárias adaptações. Há algum tempo, optar pela contabilidade era uma opção segura para seu futuro profissional. Porém, com o desenvolvimento da tecnologia, realizar cálculos e analisar numéricas se tornou algo “simples” para que um sistema possa realizar.
A partir de estudos realizados em 2013 por dois pesquisadores da Universidade de Oxford, foram avaliados os trabalhos suscetíveis à informatização. A profissão que obteve o resultado mais preocupante foi a do contador, que, na época, tinha 97,6% de chance de ser automatizada em um futuro próximo.
A análise realizada por eles foi baseada no mercado norte-americano, mas estudos realizados na Holanda não fogem dos números estadunidenses, com 94% de chance de possibilidade de automatização dos processos de trabalho para os contadores dentro de 10 e 20 anos. A empresa holandesa que realizou tal estudo foi a Deloitte.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: Por que eles? Empregos que exigem menos pensamento criativo e inteligência social, têm maior chance de serem automatizados. Também existem questões de gerenciamento de riscos. O exemplo utilizado por eles foi que, quando os custos são relativamente baixos, as pessoas se sentem mais à vontade com robôs realizando determinadas tarefas, como: análises e balanços financeiros. Quando os riscos são mais elevados, podendo causar lesões ou até mesmo a morte, a ação humana é preferida.
Um software de negócios em nuvem holandês desenvolvido pela Exact já cria soluções diferentes para os profissionais das ciências contábeis. O “No Hands Accounting software” – Sem Mãos Software de Contabilidade, em português – automatiza simples e repetitivas tarefas relacionadas às finanças, permitindo que os funcionários possam gastar seu tempo em atividades mais desafiadoras.
Outra empresa já existente no mercado que atua na análise dos processos de despesas comerciais é a belga Xpenditure. O sistema utiliza um app móvel para verificar recibos e faturas, enviando-as ao sistema online da companhia. Além de realizar o balanço, o aplicativo gera relatórios diários, armazenando os arquivos em nuvem.
A partir de todas essas possíveis mudanças, o fator humano continua essencial quanto a contextualizar todos os dados gerados por programas ou robôs. De acordo com um relatório da “Association of Chartered Certified Accountants” – Associação de Contadores Certificados, em português –, “eles precisarão explicar a estratégia financeira e de desempenho, defender investimentos e gerenciar as expectativas conflitantes das partes interessadas dentro e fora da organização”. Ainda, para eles, trabalhar novas habilidades, como linguísticas, consciência multicultural, oratória, será vital para os gestores financeiros no futuro.