Artes/cultura
08/01/2014 às 12:37•2 min de leitura
Cerca de seis meses atrás, o pesquisador e estudante de pós-graduação do Instituto de Tecnologia da Geórgia, Troy Alexander, detectou pela primeira vez uma misteriosa estrutura que era diferente de tudo o que os cientistas já haviam visto antes. O achado se encontrava próximo ao Centro de Pesquisa Tambopata, na Amazônia peruana.
Em cada uma das estranhas teias, havia uma pequena esfera rodeada por uma cerca circular com menos de 2,5 centímetros diâmetro. A curiosa estrutura chamou a atenção de toda a comunidade científica mundial, que ficou intrigada com algo tão inédito.
Apesar de consultar vários cientistas, biólogos e entomologistas, que fizeram várias suposições, Troy (e o resto do mundo) se mantiveram sem respostas. Realmente, até poucos dias, ninguém ainda sabia explicar o que havia construído a estrutura.
Muita gente até colocou em questão que ela seria de origem alienígena. Você pode conferir os detalhes da descoberta inicial neste outro artigo do Mega Curioso. Mas eis que, agora, parece que o mistério das torres foi desvendado.
Fonte da imagem: Reprodução/Live Science
Há cerca de um mês, os pesquisadores finalmente tiveram a chance de voltar ao local onde encontraram as estruturas misteriosas. Eles procuraram ao redor da área onde as primeiras foram encontradas, detectando uma média de 50 das estranhas formações.
Então, eles passaram dias estudando-as para ver se poderiam encontrar quaisquer sinais de atividade ou interação de algum animal. "Nós estávamos realmente esperando flagrar algo que estivesse sendo feito, eclodindo ou interagindo de alguma forma", disse Phil Torres, companheiro de pesquisas de Troy, ao Live Science.
Uma de suas primeiras hipóteses é que as bolhas no meio da estrutura eram espermatóforos ou bolsas com material reprodutivo e nutritivo para atrair aranhas fêmeas. Porém, ao longo de uma semana, eles não encontraram quaisquer sinais de fêmeas que tivessem aparecido para essa função.
Finalmente, os pesquisadores removeram três das estruturas de uma árvore e as colocaram sob um vidro. Após cerca de uma semana, o mistério foi finalmente resolvido quando dois filhotes saíram de duas das estruturas e, mais tarde, um terceiro eclodiu a partir da formação. Confira o vídeo abaixo.
Apesar da constatação que as estruturas são mesmo feitas por aranhas, os pesquisadores ainda não sabem quais as espécies delas. "Não sabemos qual a família e o grupo a que elas pertencem”, disse Torres. Para descobrir isso, eles precisam de autorização para coletar as aranhas e cultivá-las até a vida adulta.
Além disso, ainda fica um mistério sobre qual a função da forma circular da estrutura, embora os pesquisadores tenham algumas teorias. Durante um de seus dias de observação, eles viram uma formiga tentar entrar na torre e, em seguida, voltar atrás. Com isso, acredita-se que a “cerca” de teia proteja contra invasores, como as formigas que vivem nas árvores onde as estruturas se encontram. Os pesquisadores também observaram alguns ácaros rastejando ao redor delas.
"Pode ser que estas cercas sejam projetadas para capturar os ácaros, assim as pequenas aranhas já poderiam ter algo para comer ali mesmo", disse Torres, que afirmou ainda que, de qualquer maneira, já está feliz que o maior mistério foi resolvido. "Eu posso dormir à noite sabendo que é uma aranha", disse ele.