Ciência
21/05/2014 às 05:35•3 min de leitura
A cada dia que passa aprendemos um pouco mais sobre o planeta em que vivemos e o universo que nos cerca. Mesmo assim, todos concordam que ainda temos muito a desvendar, não é mesmo? As aguardadas expedições ao lado escuro da Lua, a procura por novas galáxias e a incansável busca por vida fora da Terra são alguns dos fatores que alimentam nossa fome de saber cada vez mais sobre o universo.
Hoje nós sabemos que, mesmo tendo avançado muito, ainda existe muito mais para ser descoberto além dos limites da Terra. Então você consegue imaginar como os povos antigos lidavam com essas dúvidas em um período em que o pensamento científico e a tecnologia estavam muito longe de serem como hoje?!
Confira três conceitos históricos um tanto quanto estranhos que surgiram a alguns séculos atrás para tratar de outros planetas e da vida por lá.
A vida extraterrestre também teve espaço garantido entre os estudiosos do período de ouro do islamismo. O famoso filósofo Avicenna escreveu um conto sobre um herói chamado Absal, que tinha como missão visitar os mundos além da Terra. Ao todo, havia nove reinos com diferentes tipos de habitantes.
A Lua era o lar de pessoas baixas que se moviam rapidamente. Os moradores de Mercúrio eram igualmente baixos, mas se movimentavam com mais demora. Vênus, de acordo com a história, era regido por mulheres. Lá as pessoas também eram bonitas, refinadas e despreocupadas – ou seja, o oposto dos brutos de Marte.
Segundo o filósofo, os marcianos eram comandados por um rei vermelho e tinham prazer em matar e mutilar as pessoas. Já os habitantes de Júpiter eram inteligentes e simpáticos. As pessoas de Saturno tinham uma tendência a serem más, mas também poderiam ser muito boas se assim quisessem.
Infelizmente, nunca saberemos como seriam os moradores de Urano ou Netuno, já que esses planetas ainda não haviam sido descobertos quando o filósofo compartilhou suas teorias sobre o universo. Mas isso não impediu Avicenna de supor que as constelações zodiacais fossem cheias de cidades e que o Sol tivesse seu próprio reino de pessoas grandes e bonitas.
O espiritualista sueco Emanuel Swedenborg recebeu dos espíritos uma série de revelações sobre a vida fora da Terra. Em seus diálogos com as entidades, ele aprendeu sobre os habitantes do Sistema Solar – mais uma vez com exceção de Urano e Netuno, que ainda não haviam sido descobertos e não foram revelados em primeira mão pelos espíritos.
Dessa maneira, Swedenborg passou a afirmar que todos os planetas e luas eram povoados por seres semelhantes aos humanos. Na Lua, por exemplo, ele acreditava que os habitantes tinham o tamanho de uma criança. Ele comparou a voz dessas criaturas a trovões, que soavam assim por causa dos enormes pulmões que tinham para sugar ar suficiente da pequena atmosfera lunar.
Por outro lado, os moradores de Marte se comunicavam por meio de telepatia, o que permitia que eles conversassem com os anjos. Além disso, suas descrições de pessoas de outros mundos costumavam partir do princípio que os extraterrestres eram melhores do que os humanos. Os habitantes de Saturno eram modestos e corretos, além de estarem mais próximos de Deus. As pessoas de Júpiter viviam em unidades familiares isoladas onde a principal preocupação é a educação das crianças. Lá também não existe inveja, roubos ou guerra – e o espiritualista afirmou que eles não gostavam nem mesmo de ouvir falar sobre essas características humanas.
O cientista britânico William Herschel é um dos astrônomos mais importantes da história. Entre suas descobertas está Urano, várias luas de Saturno, a radiação infravermelha e as estrelas binárias. Além de nos deixar esse legado, Herschel também era obcecado pela ideia de vida extraterrestre, especialmente na Lua.
Então, na década de 1770 ele anotou em seu diário que havia visto florestas e pastagens na superfície lunar. Mais tarde, ele também afirmou ter visto canais e alguns tipos de vegetação. Entretanto, eram as crateras da Lua que mais chamavam a atenção do cientista. Por isso, ele construiu o maior telescópio da época para poder observar as formações com perfeição.
Herschel batizou as crateras de “círculos” e supôs que cada círculo correspondesse a uma cidade na Lua. Mas todos esses conceitos acerca dos “lunarianos” – como o cientista chamava os habitantes do nosso satélite – foram revelados somente após a sua morte.