Estilo de vida
25/09/2013 às 12:21•2 min de leitura
Paleontólogos chineses fizeram uma descoberta capaz de deixar qualquer cientista com lágrimas nos olhos: eles encontraram um fóssil de peixe que parece ser o mais antigo animal conhecido com características faciais semelhantes aos vertebrados modernos. Mais especificamente, a estrutura ósseas composta por face e mandíbula dá ao peixe a aparência do que hoje conhecemos como um rosto.
Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências ofereceram uma descrição bastante detalhada do fóssil em artigo da revista Nature. Eles estimam que o fóssil tenha cerca de 419 milhões de anos e, mesmo assim, estava “impecavelmente preservado”.
Fonte da imagem: Smithsonian Mag
O animal foi encontrado em uma escavação no sudoeste da China e batizado de Entelognathus primordialis. Embora ele pertença à classe de peixes extinta placodermo, sua estrutura óssea é diferente de animais da mesma classe encontrados anteriormente.
Os placodermos geralmente contam com mandíbulas extremamente simples, feitas de placas ósseas, enquanto alguns nem mesmo tem mandíbulas. Já o Entelognathus primordialis conta com uma estrutura óssea tão complexa quanto os vertebrados modernos.
Mas tudo isso não é apenas uma curiosidade: esse fóssil pode ajudar a ciência a repensar a forma como os processos evolutivos acontecem e o que levou ao que conhecemos hoje como as estruturas faciais de animais vertebrados.
O que mais chama a atenção no fóssil é que ele soma características de peixes já extintos com estruturas ósseas mais modernas, algo que até agora só havia sido encontrado em animais como vertebrados terrestres, répteis, aves e mamíferos.
Fonte da imagem: Smithsonian Mag
Até agora, os especialistas acreditavam que os grupos não estavam relacionados e que os placodermos haviam simplesmente desaparecido da Terra, por isso, o achado em questão acaba sendo tão importante para a ciência.
“Se você olhar apenas a parte superior do crânio e do corpo, ele se parece com um placodermo. Mas quando você olha a lateral, e a frente, você percebe que ele tem mandíbulas que, osso por osso, se assemelham às mandíbulas dos peixes ósseos atuais”, defende Matt Friedman, paleontologista da Universidade de Oxford. No entanto, os cientistas ainda não têm mais detalhes sobre a evolução destas espécies, mas estão trabalhando para encontrar novas respostas.