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13/05/2019 às 04:01•4 min de leitura
Você já deve ter ouvido muitas vezes aquele breve resumo da jornada de todo ser vivo: nascer, crescer, reproduzir-se e morrer. Embora os animais também sejam seres que precisam seguir essa máxima, precisamos nos lembrar de que o que entendemos por sexo (e, consequentemente, a gestação e o nascimento de filhotes) não se aplica no mundo animal.
Por mais estranhas que sejam algumas das práticas que acontecem entre humanos, os animais mantêm peculiaridades interessantes. Elas vão desde fêmeas que matam seus parceiros logo após a cópula até animais que mudam de sexo durante a vida para ajudar na sobrevivência da espécie.
Confira com detalhes como funciona a reprodução de alguns animais e deixe um comentário caso você saiba de mais alguma curiosidade sobre a intimidade dos bichos.
Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock
Para começarmos, aqui vai um hábito bem esquisito das girafas: os machos costumam beber a urina das fêmeas logo antes de fazerem sexo. Segundo os especialistas, essa é a maneira com que as girafas identificam se as fêmeas estão o cio, ou seja, se é o momento mais adequado para que ela seja fecundada com sucesso.
Além disso, que comum que apenas um macho do bando cruze com todas as fêmeas. E sabe quem sai ganhando? Em geral, o macho com o pescoço mais comprido é o felizardo. Porém, vale lembrar que quando não estão envolvidos com a fecundação das fêmeas, as girafas macho fazem sexo entre si, com uma estimativa de que 74% a 94% das relações das girafas aconteçam entre os machos. A gestação das girafas dura pelo menos 13 meses e elas dão a luz em pé.
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No reino das abelhas, apenas a abelha-rainha é quem se dá bem. Depois de lutar contra suas rivais e alcançar o posto mais alto da colmeia, a rainha tem o privilégio de escolher os machos com que deseja acasalar. Raro de acontecer e com um final trágico, a cópula das abelhas (e a vida do zangão) acaba quando a genitália do macho se quebra dentro da sua parceira. Mesmo assim, a abelha-rainha continua a cruzar com outros zangões, podendo chegar a ser fertilizada por até 40 machos. Depois disso, todo o sêmen fica armazenado e será usado para fertilizar os ovos pelo resto de sua vida.
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Assim como as abelhas, as viúvas-negras são acusadas de matarem seus parceiros após o sexo. Mas, justiça seja feita, os especialistas lembram que, de todas as espécies de viúvas-negras do mundo, apenas uma delas – que vive no Hemisfério Sul – pratica o canibalismo frequentemente. Das três espécies nativas da América, uma delas pode chegar a devorar seu parceiro, mas somente em casos isolados. De qualquer maneira, é interessante notar que o canibalismo pós-coito é um fenômeno bastante raro na natureza.
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As hienas possuem algumas das particularidades mais interessantes dessa lista. Por isso, na próxima vez em que você encontrar com uma delas, saiba como identificar se se trata de uma fêmea ou um macho. (Já que algumas pessoas chegam até a pensar que as hienas são hermafroditas!)
Como acontece com outras fêmeas mamíferas, as hienas apresentam útero, ovários, mamas, lábios e clitóris. O interessante nesses animais é justamente o clitóris, que é uma estrutura longa e que fica frequentemente ereta, o que pode fazer com que algum desavisado pense que se trata de um macho mais alegrinho. Já os lábios que circundam o clitóris são formados por um tecido com dobras que se assemelham ao saco escrotal. Fácil de confundir, não é mesmo?!
Além disso, as hienas fêmeas usam o clitóris – que também é chamado de pseudo-pênis devido à sua semelhança – para urinar, copular e dar a luz a seus filhotes. Isso significa que o macho encaixa seu pênis diretamente nessa estrutura, que perde a ereção e fica flácida e elástica durante o acasalamento. O mesmo acontece quando as hienas têm seus filhotes.
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Por mais estranho que possa parecer, o pseudo-pênis é uma característica que aparece em outras espécies de animais, como os lêmures, os macacos-esquilos e alguns tipos de pássaros. No entanto, a diferença entre as aves é que são os machos que apresentam essa estrutura, já que mais de 97% dos pássaros não têm um pênis ou qualquer órgão fálico.
Durante o acasalamento, os animais pressionam suas traseiras para que o macho possa depositar o esperma na cloaca da fêmea através de um ato que se assemelha a um “beijo”. A cloaca da fêmea funciona de maneira semelhante ao clitóris da hiena e também serve para urinar, defecar e pôr ovos.
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Na busca pela preservação da espécie, alguns animais chegam até mesmo a mudar de sexo durante a vida. O peixe-palhaço, por exemplo, nasce macho, mas pode acabar virando fêmea em sua fase adulta, se necessário. Isso acontece porque os peixes-palhaços se organizam em um grupo em que apenas um casal pode fazer copular. Então, quando a família morre, um dos membros adultos se transforma em fêmea para manter o ciclo.
Um fenômeno bastante semelhante acontece com algumas espécies de sapos. A diferença é que os anfíbios podem se transformar em machos ou fêmeas, escolhendo sempre a opção mais conveniente para garantir o sucesso da reprodução do grupo todo.
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Abundância é a palavra de ordem quando pensamos na reprodução dos cangurus. Isso porque as fêmeas da espécie têm dois úteros e três vaginas. Dessas, duas são usadas para acasalamento e a terceira serve exclusivamente para dar a luz aos bebês. Já os machos possuem um pênis bifurcado para que possam fecundar as fêmeas com sucesso, sendo que cada uma das pontas entra em uma das vaginas do canguru fêmea. Diferentemente de outros mamíferos, a gestação desses marsupiais dura apenas um mês. Em seguida, o filhote é expulso do corpo da mãe e passa a viver na bolsa pelo tempo que for necessário para que possa se desenvolver completamente.
*Publicado originalmente em 17/10/2013.