Ciência
24/01/2014 às 13:20•2 min de leitura
Você já viu um porco-ovelha por aí? O animal meio diferente que você vê nas fotos desse artigo não é o resultado de uma experiência genética do cruzamento de um porco com uma ovelha ou carneiro, não. Na verdade, ele pertence a uma raça suína chamada Mangalitsa, que não tem a interferência de nenhum tipo de animal ovino ou caprino no processo reprodutivo.
O Mangalitsa é uma das mais antigas raças européias, e a criação de seus rebanhos começou por volta de 1830 no Império Austro-Húngaro. Isso aconteceu após o Arquiduque Joseph Anton Johann receber alguns porcos Sumadija de um príncipe sérvio e cruzá-los com exemplares das raças antigas Bakony e Szalonta, resultando no curioso “porco-ovelha”.
Fonte da imagem: Reprodução/NPR
A raça foi inicialmente reservada para a realeza, mas se tornou tão popular por causa de seu sabor que até o final do século 19 esta era a mais importante raça suína na Europa.
Nessa época e nas décadas seguintes, muitos dos rebanhos foram conduzidos da Hungria para a Áustria. Porém, com a mudança de condições na criação de animais após a Segunda Guerra Mundial, a pecuária húngara foi coletivizada e a raça rapidamente foi desaparecendo, sendo substituída por raças mais magras e de mais rápido crescimento.
Fonte da imagem: Reprodução/Pure Mangalitsa
Até o final da década de 1970, os porcos Mangalitsa na Áustria só podiam ser encontrados em parques nacionais e zoológicos, sendo que menos de 200 fêmeas reprodutoras permaneceram na Hungria. Mas tudo mudou em meados da década de 1980, quando esses dois países retomaram a criação da raça devido ao sucesso do kobe beef de carne de porco.
Atualmente, na Hungria, existem mais de 10 mil fêmeas reprodutoras, e já existem criadores de Mangalitsa na maioria dos países europeus, assim como nos Estados Unidos e na Rússia. Com isso, restaurantes renomados da Europa servem a deliciosa carne de porco Mangalitsa, e a demanda nos EUA está crescendo rapidamente. Ah, o animal é tosquiado uma vez ao ano perto dos meses mais quentes e o seu pelo também pode ser aproveitado para lã.