Estilo de vida
14/03/2014 às 06:59•2 min de leitura
Se você ficou impressionado ao descobrir que uma das bocas mais assustadoras da natureza pertence a uma tartaruga, chegou a hora esquecer aquela visão monstruosa e conhecer a incrível história de Jonathan, a tartaruga mais antiga do mundo e que, ao que tudo indica, também é o animal mais velho do planeta de que se tem registro.
Morador de uma fazenda na isolada ilha de Santa Helena, Jonathan é um raro exemplar da espécie tartaruga-de-seychelles (Aldabrachelys hololissa). Na mesma propriedade moram mais cinco exemplares de jabuti-gigante-de-aldabra (Aldabrachelys gigantea), uma espécie da mesma família.
Os jabutis são naturais do atol de Aldabra, no Oceano Índico, e estima-se que existam cerca de cem mil animais da espécie. Porém, as tartarugas-de-seychelles são mais raras e ninguém sabe ao certo como Jonathan foi parar na ilha de Santa Helena.
Imagem capturada por volta de 1900. Fonte da imagem: Reprodução/BBC
De acordo com os cálculos dos cuidadores de Jonathan, ele já completou 182 anos. Isso nos permite voltar até o século 19 e concluir que o animal nasceu em 1832. Muitos anos antes, durante o século 17, era comum que os navios viajassem levando centenas de tartarugas para comer durante as longas viagens. Estima-se que cerca de 200 mil tartarugas tenham sido capturadas somente na região de Galápagos.
Para nossa sorte, os ancestrais de Jonathan escaparam dessa situação e conseguiram perpetuar a rara espécie. Com uma idade tão avançada, a tartaruga já não tem mais sua saúde perfeita, mas vive bem com seus cuidadores e os outros animais.
“Ele é possivelmente cego por causa da catarata, não sente cheiros, mas sua audição é boa”, compartilha Joe Hollis, o único veterinário da ilha. Tendo a oportunidade de conhecer o animal centenário de perto, Sally Kettle, da BBC, conta que Jonathan gosta de carinho no pescoço é avança com vontade quando bananas, repolho e cenouras são servidos.
Por causa da falta de visão, Jonathan passou a ter mais dificuldades para encontrar uma vegetação adequada para se alimentar. Por isso, desde então o veterinário serve um balde de frutas e vegetais frescos para o animal todo domingo de manhã.
Fonte da imagem: Reprodução/BBC
É lógico que ninguém torce para que Jonathan se vá, mas todos que convivem com ele sabem que o fim é inevitável. Por esse motivo, a comunidade local já escreveu o obituário do animal e decidiu que seu casco será preservado e colocado em exposição na ilha.
Além disso, os moradores de Santa Helena pretendem levantar fundos para construir uma estátua de bronze com o tamanho real de Jonathan para decorar a ilha.
Sabe-se que tartarugas gigantes como Jonathan podem viver até 250 anos, então existem grandes chances de que esse simpático réptil passe mais algumas décadas entre nós. Ficaremos na torcida!