Ciência
03/11/2016 às 03:01•4 min de leitura
Se tem algo que nós já nos acostumamos é com as cores dos animais. Por exemplo, todos sabem que os pinguins são preto e branco, assim como os pandas. As zebras são listradas e os elefantes são cinzas, não? Pois bem, no mundo natural também existem exceções e existem alguns animais que por azar ou por sorte nascem com cores diferentes das originais, tornando-se exemplares extremamente raros.
Em grande parte dos casos, as alterações na pelugem não fazem qualquer tipo de diferença, porém em outros as modificações podem se tornar uma verdadeira desvantagem por chamar mais atenção. Veja alguns exemplos dessas excentricidades logo abaixo:
Todos nós conhecemos os pandas (pelo menos de fotos), como os simpáticos ursos orientais de pelugem branca e preta. Contudo, na região de Qinling, na China, existem alguns pandas que são marrons, com pelugens mais beges nos locais em que normalmente os pelos deviam ser brancos. Eles são raros, porém já foram vistos cinco pandas marrons na região, sendo observados desde 1985 – contudo, podem haver mais. Em 2005, os cientistas declararam os pandas castanhos como uma subespécie dos pandas.
Os pinguins podem variar consideravelmente de aparência, já que existe um total de 17 espécies desses animais no planeta. Entretanto, eles seguem um padrão bem comum: preto e branco, com algumas colorações amarelas no topo da cabeça. Sabendo disso, quando um fotógrafo da National Geographic avistou um pinguim totalmente preto, logo resolveu registrar o acontecimento. Segundo os biólogos, tal visão foi extremamente rara. O pinguim em questão possui melanismo, característica que faz com o excesso de produção de melanina o deixe mais escuro.
Provavelmente um dos exemplos mais bizarros dessa lista é a gata Vênus. O seu rosto é praticamente dividido ao meio, com duas cores bem opostas, além de cada um dos olhos também possuir cores diferentes (um é azul e o outro é verde). No corpo, os pelos não se dividem de modo tão preciso como na cabeça, tornando-se mais mesclados. Ninguém sabe dizer por que Vênus é do modo que é, ela simplesmente nasceu assim. Provavelmente, a gatinha passou por quimerismo – fenômeno que ocorre quando dois embriões se fundem no útero e criam só um ser.
Fonte da imagem: Reprodução/Hype Science
Assim como o pinguim totalmente preto, já foram avistadas zebras que também possuem excesso de melanismo – o que fez com as suas típicas listras se fundam e não fiquem tão visíveis. Apesar de ser algo mais comum nas zebras do que nos pinguins, esse ainda é um fenômeno raro. Contudo, as zebras com melanismo acentuado costumam viver menos do que as outras zebras por serem consideradas mais frágeis. Todas as zebras possuem listras únicas, que criam um tipo de identidade entre os animais e servem como identificação, algo que não ocorre com as zebras com melanismo.
Esse é um famoso caso de falta de melanina que ocorreu com a Zebra Zoe, que atualmente vive em zoológico no Havaí. As suas listras são mais brancas desde que nasceu, pois o preto aqui é quase inexistente, sendo que os olhos do animal também são brancos e a crina é quase bege. O resultado é esse animal bastante raro e bonito.
Fonte da imagem: Reprodução/Hype Science
O canguru cinzento oriental é uma das maiores espécies de marsupiais do mundo, podendo medir até 2,10 metros e pesar mais de 50 quilos. Assim como todos os albinos, os cangurus albinos dessa espécie são bastante raros, porém um exemplar foi flagrado no Parque Nacional Namadgi, no leste da Austrália. Acredita-se que é um canguru fêmea, batizada de Renée e que possui os olhos bem vermelhos. Infelizmente, os cangurus albinos são presas fáceis para raposas e outros predadores, além de também seres mais suscetíveis ao câncer de pele e queimaduras solares.
Fonte da imagem: Reprodução/Hype Science
Assim como a gatinha Vênus, pescadores encontraram uma lagosta que possui tonalidades bem diferentes e divididas de modo nítido. Normalmente, esses crustáceos possuem uma tonalidade marrom, tornando-se mais alaranjados quando são cozidos. Contudo, esse não foi o caso de uma lagosta captura nos Estados Unidos, que parecia estar meio cozida, sendo um lado marrom e outro alaranjado. Lagostas "meio a meio" são muito raras e biólogos estimam que exista uma a cada 50 milhões de animais da espécie.
Fonte da imagem: Reprodução/Hype Science
Assim como ocorre com as zebras, os tigres que possuem melanismo não são inteiramente pretos, porém têm as listras afetadas – elas ficam mais largas e são muito mais fáceis de serem notadas na natureza. Ao invés de as listras serem amarelas ou douradas, são pretas e de um tom bastante forte. Aparentemente, os tigres que sofrem de melanismo não possuem qualquer desvantagem se comparados aos tigres normais, já que os indivíduos encontrados eram tão fortes quanto os tigres comuns.
Durante o período da Segunda Guerra Mundial, quilômetros da região do depósito de Seneca, nos Estados Unidos, foram inteiramente fechados com grades. Diversos veados brancos acabaram ficando dentro dos limites da divisão e se desenvolveram ali, tornando-se a maior população de animais mutantes que vivem em um único habitat.
Os veados brancos correspondem a 25% dos 800 veados que vivem dentro do limite do depósito, sendo que não formam uma espécie própria, porém são uma variação dos veados da região. Eles sofrem de leucismo, o que faz com que os pelos do corpo não possuam pigmentos, porém os olhos são castanhos, como dos outros veados – se eles fossem albinos, os olhos seriam vermelhos (como é o caso do canguru já listado).
Os elefantes albinos também existem, apesar de não serem totalmente brancos como ocorre com outras espécies de animais. Eles são de um cinza mais claro e em alguns casos um pouco roseados – mutação não tão rara em elefantes africanos. Em países como Myanmar e Tailândia, essas raridades são consideradas sagradas, sendo poupadas de qualquer tipo de trabalho. Por lá, as crenças dizem que encontrar um elefante branco pelo caminho quer dizer que os governantes do país ou da região governam com justiça e poder.