Nem todos os insetos (ou aracnídeos) são asquerosos

26/08/2014 às 08:104 min de leitura

A maior parte dos insetos mais comuns despertam doses variadas de indiferença, asco e horror destrambelhado — incrível o que uma inocente barata pode conseguir quando surpreende determinado tipo de espectador. Mas se a maioria desses bichinhos é “bela” apenas aos olhos de um entomologista dedicado, fato é que existe alguns que, vá lá, são mesmo inegavelmente charmosos.

Afinal, o que dizer de uma lagarta que se parece com uma cobra de desenho animado? Ou, quem sabe, uma bela esperança cor-de-rosa, parecendo-se com um bicho de pelúcia? De fato, até os zangões, relativamente comuns, revelam uma beleza pouco óbvia caso alguém os registre em um bom ângulo. Isso para não falar no besouro joia, que além de “imagem” também tem “conteúdo” — sendo capaz de detectar fogo a quilômetros de distância.

Certamente vale a pena conferir algumas dessas criaturas tão incrivelmente singulares. A lista abaixo foi originalmente organizada pelo site Dose e traz ainda a participação especial de uma aranha — ok, não é um inseto, mas é pequeno e possui um sorriso estampado no dorso... Então, passa.

Esperança cor-de-rosa

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Se parece com um gafanhoto mas, de fato, é uma “esperança”, inseto da família Tettigoniidae. E ela é cor-de-rosa. Mas o visual de doce de padaria tem, é claro, uma explicação científica. Trata-se de uma anomalia genética conhecida como “eritrismo”, bastante similar ao albinismo.

A primeira esperança cor-de-rosa foi descoberta em 1887, sendo consideravelmente rara. De acordo com os pesquisadores, há, em média, apenas um nascimento em cada população de 500 insetos.

Naturalmente, a sua permanência na natureza também é prejudicada pelo visual “cheguei!”. Trata-se da evolução natural da espécie: as esperanças verdes conseguem se ocultar mais facilmente entre a vegetação — a despeito de outros exemplares alaranjados, amarelos... Ou cor-de-rosa.

Gafanhoto “macaco” (ou “palito de fósforo”)

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Seguindo pela via mais chamativa da natureza, há aqui o chamado monkey Hopper, ou gafanhoto-macaco. Há também quem chame essa criaturazinha bastante singular de gafanhoto “palito de fósforo” — basta olhar para as suas “pernas” para entender o porquê. Trata-se de uma mistura bastante impressionante de azul, alaranjado e tonalidades afins. E, convenhamos, a pose para a fotografia acima também ajudou.

Aranha-cara-feliz

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E vamos nós para a excessão aracnídea deste artigo. Medindo em média 5 milímetros de comprimento, a aranha-cara-feliz pode apresentar diversos padrões de traços e cores sobre o seu dorso — normalmente, o resultado se parece muito com uma “carinha feliz” ou mesmo com um “arlequim choroso” (?!).

Esse animal singular é originário das ilhas do Havaí. Dependendo da ilha em que aparece, a aranha-cara-feliz apresenta padrões gráficos distintos. De fato, as figuras também são definidas pela alimentação específica de cada exemplar. De qualquer forma, acredita-se que os desenhos servem para espantar predadores — excluindo-se aqueles com câmeras fotográficas nas mãos, naturalmente.

Zangão

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Zangão é o nome dado ao macho de diversas espécies de abelhas sociais. Trata-se, basicamente, de um animal orientado para a proteção da colmeia e para a reprodução — embora, curiosamente, o próprio nasça de um ovo não fecundado (pois é, a rainha “se vira”). E, é claro, eles também evocam momentaneamente a composição do vídeo abaixo.

Os zangões não possuem nem órgãos de ataque ou relacionados ao trabalho, como no caso das operárias. Entretanto, são consideravelmente maiores — e também ficam muito bem na foto. E também possuem um belo talento: são capazes de detectar abelhas-rainha virgens a uma distância de até 10 quilômetros.

Percevejo

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A Pentomidae é uma família de insetos pertencentes à ordem Hemiptera. O nome vem de suas antenas com cinco segmentos — como se pode ver no percevejo altamente fotogênico da imagem acima. Como boa parte das espécies se alimenta de grãos como o gergelim, a família é, por vezes, considerada como praga agrícola.

Donzelinha

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Não por acaso, as donzelinhas se parecem muito com as libélulas, já que ambas pertencem à mesma ordem, a Odonata. Na verdade, trata-se aqui da subordem Zygoptera. Além de (eventualmente) belos, são animais com corpo fusiforme, abdome bastante alongado, olhos compostos e dois pares de asas semitransparentes.

As donzelinhas são predadoras de outros insetos, alimentando-se sobretudo de mosquitos e moscas. Assim como as libélulas, os animais da Zygoptera têm predileção por habitats em que exista água estagnada (poços, lagos etc.), em zonas pantanosas ou nas proximidades de ribeiros e riachos. Suas larvas são carnívoras e bastante agressivas, podendo até mesmo se alimentar de girinos e peixes jovens.

Besouro-joia

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Eis aqui um sujeito igualmente belo e útil (do ponto de vista humano e tal). A descoberta do besouro-joia é relativamente recente, assim como sua excepcional habilidade de detectar chamas em florestas a uma distância de aproximadamente 80 quilômetros. Além disso, seus receptores incrivelmente sensíveis permitem que consiga ouvir uma madeira estalando e mesmo a presença de produtos de combustão.

O besouro-joia foi descoberto e superficialmente descrito pelo entomologista canadense William George Evans. O Dr. Evans insistia, de fato, que esse curioso besouro possuía receptores de infravermelho — o que acabou mesmo por ser comprovado. A detecção não ocorre por acaso, já que alguns desses animais dependem de um habitat com madeira queimada para sobreviver.

Lagarta da Papilio troilus

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Se parece com uma pequena cobra, mas se trata de uma lagarta. E, respondendo à pergunta que você pode se fazer neste momento, não. Não são olhos de verdade ali. A lagarta da borboleta Papilio troilus é dotada de uma função evolutiva conhecida como “mimetismo”. Basicamente, assim como, possivelmente, conseguiu enganá-lo, a esperta lagarta também consegue se passar por cobra aos olhos de predadores em potencial — sobretudo pássaros.

Cigarrinha vesga

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Particularmente, preciso dizer que tenho a certeza de já ter visto esse animalzinho muito peculiar em algum desenho animado. Assim como outros membros da família Dictyopharidae, a cigarrinha “vesga” da imagem acima possui antenas ao lado da cabeça, abaixo dos olhos compostos. Embora não seja encontrada no Brasil, há aqui a família Fulgoridae, bastante semelhante, da qual é membro o inseto conhecido como “cobra voadora”.

Mariposa rosada maple

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Da família Saturniidae, esse curioso inseto tem envergadura entre 32 e 44 milímetros... E também se parece consideravelmente com um doce de padaria. Com antenas cor-de-rosa e corpos amarelos — mais uma série de detalhes que parecem ter sido “de propósito” —, esses animais apresentam apenas algumas pequenas distinções entre machos e fêmeas. Basicamente, os machos possuem mais pelos nas antenas (sem analogias, por favor).

Seu nome em inglês, “rosy maple moth”, se deve à sua alimentação favorita, as árvores do gênero Maple (Acer) —sobretudo o Red Maple, o Silver Maple e o Sugar Maple. Entretanto, a alimentação não ocorre na fase adulta, por conta do aparelho bucal atrofiado.

Formiga-panda

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Na verdade, a formiga-panda não é uma formiga, mas sim uma vespa. Encontrada no Chile, há quem chame esse inseto também de formiga veludo, dada a sua grande quantidade de pelos. Além do preto e branco, lembrando pandas, esses animais também podem trazer padrões de castanho avermelhado e dourado.

Ademais, seu exoesqueleto extremamente duro permite que a formiga-panda invada diversos ninhos, sendo capaz de reter a umidade — mesmo nas regiões secas e arenosas em que normalmente é encontrada.

Fonte

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