Artes/cultura
10/11/2015 às 12:35•5 min de leitura
Os elefantes são seres fascinantes, pois possuem uma inteligência fora do comum, além de carisma e atitudes que cativam pessoas de todas as idades. Como não poderia deixar de ser, nós aqui do Mega Curioso gostamos muito de animais inteligentes e que encantam, portanto, com frequência, os elefantes estrelam as nossas matérias.
Nós já mostramos um bebê elefante que fez sucesso ao brincar com passarinhos e outro que animou o dia de muitas pessoas ao tomar banho de mangueira. Também já mostramos 10 coisas que esses gigantescos mamíferos têm em comum com os humanos, o que explica muito esse fascínio que eles nos causam. Se você fizer uma rápida procura por elefantes em nosso buscador, vai encontrar muitas histórias interessantes sobre esses animais.
Agora, o site Mother Nature Network apresenta uma lista ainda mais completa com 10 fatos que vão mudar ainda mais a sua forma de ver os elefantes. Confira:
Muito se fala sobre a chamada “memória de elefante”, mas um dos traços desse item que mais chamam atenção é justamente a capacidade de os elefantes preservarem recordações de outros seres por anos e até décadas. Uma história ocorrida em um santuário para preservação desses animais no Tennessee, Estados Unidos, deixa isso bem claro.
De acordo com uma das fundadoras do local, Carol Buckley, em 1999, uma elefanta asiática de nome Shirley foi introduzida no ambiente onde já vivia outra elefanta chamada Jenny. Essa, por sua vez, ficou muito animada e agitada, de forma que mal pôde ser contida ao receber a nova moradora. Shirley correspondeu, as duas tocaram as trombas e o momento pareceu um encontro cheio de emoções. A explicação: a equipe do abrigo descobriu que, 23 anos antes, as duas fizeram parte de um mesmo circo.
Como estavam tão empolgadas ao se reencontrarem, a conclusão foi de que suas memórias estavam muito frescas e ambas recordaram a amizade, mesmo tendo convivido apenas alguns meses na ocasião anterior. Os elefantes possuem esse tipo de reconhecimento também com os inimigos e, ainda, os seres humanos, sejam eles bons ou maus no convívio com esses grandes mamíferos.
Nós já até abordamos detalhes sobre esse item na lista das 10 coisas que os elefantes têm em comum conosco, na qual citamos uma pesquisa realizada em 2013 e o caso do elefante Koshik, que aprendeu a reproduzir sons. Você pode conferir isso no vídeo logo acima.
Sobre a pesquisa, a lista do Mother Nature Network também cita o estudo e acresce que para concluir que os elefantes têm a capacidade de diferenciar as vozes humanas, o estudo colocou sons de representantes de dois grupos étnicos. Um deles, os Maasai, é conhecido por matar elefantes e o outro, os Kamba, não o faz. A diferença de comportamento dos animais ao ouvir os distintos grupos foi notável, pois, com as vozes Maasai, eles agiram muito mais na defensiva, se reunindo em grupos e usando a tromba para investigar o ar.
O trabalho também mostrou que os elefantes conseguem diferenciar os gêneros e a idade dos humanos. Foram utilizadas vozes de homens e mulheres, crianças e adultos da tribo Maasai; ao ouvir membros masculinos adultos, eles também mostraram mais apreensão que nos outros casos.
Os elefantes são tão bons ouvintes que conseguem escutar sons até pelos pés. É isso mesmo, enquanto o som alto das trombas pode ser ouvido de longas distâncias, esses animais possuem outro mecanismo de comunicação que pode superar vários quilômetros.
Segundo um estudo da bióloga da Universidade de Stanford, nos EUA, Caitlin O’Connell-Rodwell, os passos e as vocalizações dos elefantes ressonam em outra frequência. Assim, outros elefantes conseguem receber a mensagem, pelo chão, até 10 quilômetros afastados do emissor. De acordo com a pesquisa, as terminações nervosas dos pés e os grandes ossos das orelhas são os responsáveis por captar as vibrações no solo e entender as mensagens transmitidas.
Sim, apesar do tamanho enorme, os elefantes conseguem se locomover muito bem pela água. Com boa flutuação e as pernas fortes, eles costumam utilizar essa habilidade para atravessar rios e lagos em busca de comida ou para migrar de uma terra a outra.
Em águas mais profundas, eles usam a tromba como uma espécie de snorkel, deixando a ponta para fora e respirando normalmente enquanto se movem totalmente submersos. Essas características permitem aos elefantes realizarem grandes viagens a nado. Inclusive, há uma suspeita de alguns especialistas de que foi essa a forma que auxiliou os elefantes asiáticos a migrarem do sul da Índia para o Sri Lanka.
Este também é um item bem semelhante ao comportamento dos humanos. Assim como nós, eles são capazes de identificar os sentimentos e o estado psicológico de seus companheiros. Se perceberem que algo não está bom, procuram emitir sons e tocar o amigo para aconselhar, confortar e animar o indivíduo que está triste ou apreensivo.
Essa solidariedade dos elefantes se manifesta também em problemas de saúde ou com os semelhantes que estiverem à beira da morte. Assim, esses animais procuram ajudar aqueles que estiverem com alguma doença ou problema físico e jamais vão abandonar um integrante de seu bando que esteja morrendo, fazendo o possível para evitar o óbito.
Mortes de parentes ou próximos, tortura, abuso físico, cativeiro e isolamento são alguns dos fatores que podem contribuir para que um elefante apresente um quadro de TEPT. Como são sensíveis, possuem memorias longas e precisam de conforto, não é de se espantar que eles tenham sintomas desse distúrbio.
Tragédias, como perder um membro da família pela ação de caçadores, podem deixar um elefante com TEPT por várias décadas após o ocorrido. Alguns elefantes que vão para santuários e abrigos começam a esboçar os sintomas até um tempo depois de estarem livres dos problemas. Isso é muito comum a quase todos os elefantes criados em cativeiro, pois infelizmente costumam sofrer muito com as situações descritas no parágrafo anterior.
Talvez esteja a implícita a ideia de que a tromba é essencial para a sobrevivência dos elefantes. Mas você sabe dizer por quê? Bom, ela é a junção do nariz com o lábio superior desses animais, portanto é a principal responsável pela respiração, mas desempenha muitas outras funções tão importantes quanto essa. Esse órgão possui mais de 100 mil músculos que detêm muita força e habilidade, o que ajuda esses mamíferos gigantes a pegar desde uma singela folha de grama ou grão de arroz, até arrancar galhos de árvores inteiros.
A tromba dos elefantes chega a ter capacidade para cerca de 7,5 litros de água, o que permite aos animais a utilizarem para despejar o líquido na boca e beber ou espirrar contra o corpo para tomar banho. Outra função está relacionada às interações sociais, nas quais eles a utilizam para abraçar, cuidar e confortar outros elefantes. Os filhotes costumam morder a tromba das elefantas assim como os bebês humanos mordem o dedão de suas mães.
Uma observação interessante que envolve a tromba é que ela contribui para uma característica das mais aguçadas dos elefantes: o olfato. Eles estão entre os animais que possuem o melhor senso de odores, superando duas vezes os cachorros e 5 vezes os humanos. Por exemplo, sua habilidade faz com que esses animais sintam o cheiro de água a uma distância de mais de 19 quilômetros e de uma tempestade a mais de 240.
Você pode não acreditar, mas realmente o elefante, apesar de animal único, possui um parentesco próximo aos hyráx. Esse animal é pequeno, peludo, herbívoro e nativo da África e do Oriente Médio. Por incrível que pareça, ambas as espécies, juntamente com os peixes-boi, possuem um ancestral em comum, o tethytheria.
O hyráx, "parente" mais próximo dos elefantes
Extinto há mais de 50 milhões de anos, esse antecessor deixou muitos caminhos evolutivos. Isso faz com que, mesmo possuindo aparências e atitudes muito diferentes, o grande mamífero e o pequeno peludo estejam próximos na cadeia evolutiva. Algumas das características que eles ainda possuem em comum são as presas que crescem de seus dentes incisivos (na maioria dos mamíferos elas crescem a partir dos caninos), unhas achatadas nas pontas dos dedos e semelhanças nos órgãos sexuais.
Sim, eles são capazes de chorar de emoção. Ao mesmo tempo que esses animais podem ser fortes e resistentes e também possuir senso de humor, eles exprimem sua sensibilidade por meio do choro. Dois exemplos retratados pelo Mother Nature Network são os casos de Raju, o elefante resgatado, cuja matéria que publicamos no ano passado você pode ver clicando aqui, e o de um bebê que foi pisado e rejeitado pela mãe, chorando inconsolavelmente por cinco horas seguidas. Casos como esses estão fazendo os cientistas acreditarem que os choros dos elefantes realmente estão ligados aos sentimentos de tristeza.
Os elefantes possuem um costume interessante de brincar com terra e lama, envolvendo o próprio corpo na sujeira. Porém, isso possui uma função muito importante: proteger a pele contra os raios solares.
Por possuírem uma pele sensível, os adultos cobrem a si mesmos e os filhotes, até quando estão dormindo, para se protegerem. De acordo com uma funcionária do Zoológico Nacional Smithsonian, nos Estados Unidos, apenas uma vez foi registrado um caso de queimadoras pelo sol em elefantes. Segundo o relato, houve aparecimento de bolhas nas costas de uma elefanta que não tinha o costume de ficar com o corpo sujo de lama como os demais.
Qual dos fatos sobre os elefantes você achou mais interessante? Comente no Fórum do Mega Curioso