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14/01/2018 às 05:00•4 min de leitura
O povo Silla reinou na península coreana entre os séculos 57 a.C. e 935 d.C., e foi uma das dinastias reais que governou por mais tempo na História. Contudo, seus integrantes desapareceram sem deixar muitos vestígios de sua existência — para a infelicidade dos arqueólogos que, na falta de material, ficaram sem ter como decifrar muitos dos mistérios que envolvem essa antiga cultura.
Figuras atribuídas ao Povo Silla
Uma das raras descobertas aconteceu em 2013, quando pesquisadores encontraram alguns ossos intactos de um indivíduo que pertenceu ao povo Silla próximo à cidade de Gyeongju, local onde se situava sua antiga capital. Análises conduzidas no material revelaram que se tratava da ossada de uma mulher — possivelmente vegetariana — que faleceu quando tinha pouco menos de 40 anos de idade.
Graças às poucas — e raras — descobertas arqueológicas envolvendo o povo Silla, hoje se sabe que ele foi fundado por um monarca chamado Bak Hyeokgeose. Segundo a lenda, o rei nasceu de um ovo em uma floresta, e se casou com uma rainha que, por sua vez, foi criada a partir das costelas de um dragão. Com o passar do tempo, no entanto, essa cultura se tornou uma sociedade hierárquica com uma rica aristocracia dominante.
A existência do povo Sanxingdui — que ocupou a região que hoje corresponde à Província de Sichuan, na China, durante a Era do Bronze — permaneceu desconhecida até 1929, quando um agricultor tropeçou com alguns artefatos produzidos por essa cultura.
Máscara impressionante produzida por membros da cultura Sanxingdui
Aliás, foi só em 1986 que os arqueólogos foram descobrir mais informações sobre os Sanxingdui — época em que ocorreu uma escavação que trouxe à tona complexas esculturas em jade e bronze, algumas mais de 2 metros de altura. Entretanto, apesar de os artefatos revelarem que esse povo tinha uma incrível habilidade artística, pouco se sabe sobre eles.
Os Sanxingdui deixaram para trás intrincadas máscaras de bronze e ouro que alguns arqueólogos suspeitam ser representações de divindades ou ancestrais dessa cultura. O sítio onde as peças foram encontradas mostram sinais de que os integrantes desse povo abandonaram a região entre 2,8 e 3 mil anos atrás, enquanto que outra localidade — chamada Jinsha — traz evidências de ter abrigado essa cultura posteriormente.
Uma das teorias sobre o deslocamento dos Sanxingdui é que, na época em que eles habitavam a região de Sichuan, um forte terremoto seguido por um grande deslizamento de terra alterou o curso do rio Minjiang. Com isso, esse povo perdeu o acesso à água e foi forçado a procurar outro local para fixar residência.
O primeiro vestígio da existência do povo Nok — uma cabeça esculpida em terracota — foi encontrado completamente por acaso em 1943, durante operações de mineração na África. De lá para cá, diversas de esculturas (também de terracota) foram descobertas, incluindo figuras humanas adornadas com joias elaboradas e portando bastões e cetros, símbolos de autoridade semelhantes aos vistos na antiga arte egípcia.
Escultura em terracota da cultura Nok
Curiosamente, outras esculturas mostram pessoas portadoras de doenças — como a elefantíase, por exemplo —, mas ninguém entende exatamente o que esses itens representam. Até onde se sabe, os Nok ocuparam uma região que atualmente corresponde a um território localizado no norte da Nigéria.
Eles viveram na área entre os anos de mil a.C. e 300 d.C., e o problema em descobrir mais coisas sobre essa cultura é que, quase sempre, quando algum artefato Nok é encontrado, as peças se encontram fora de contexto e, portanto, não fazem muito sentido para os arqueólogos.
Sabe como sabemos da existência da cultura Punt? Porque os antigos egípcios deixaram inúmeros registros a respeito de mercadorias e produtos — carregamentos de mirra, marfim, ouro e ébano — que eles obtinham desse povo, assim como sobre as expedições que eles enviavam até o reino habitado pelos Punt.
Os misteriosos Punt
Graças a esses registros, hoje sabemos que os antigos egípcios e os habitantes de Punt começaram a travar relações comerciais — pelo menos — por volta do século 26 a.C., durante o reino do faraó Quéops, responsável pela construção da maior das três Pirâmides de Gizé. Entretanto, os danados dos egípcios não deixaram muitas pistas sobre a localização exata do território ocupado por essa cultura.
Tudo o que sabemos é que os Punt habitavam em algum local da África Oriental e, entre os locais mais prováveis, estão a Arábia, o Chifre da África — região que inclui a Somália, a Etiópia, a Eritreia e o Djibouti — e, ainda, algum lugar às margens do Nilo, possivelmente na fronteira com o atual Sudão e Etiópia.
Imagine um povo sobre o qual se sabe tão pouco, mas tão pouco mesmo, que ele é conhecido entre os arqueólogos através dos raros itens fabricados pelos membros dessa civilização que já foram descobertos. Esse é o caso da Cultura do Vaso Campaniforme, chamada dessa forma por causa dos potes de cerâmica em forma de sino invertido que ela deixou como evidência de sua existência.
Potes de cerâmica em forma de sino invertido
Além dos potes em forma de sino de ponta-cabeça, os arqueólogos também descobriram artefatos de cobre e uma série de sepulturas — incluindo um cemitério contendo 154 túmulos localizado no que hoje corresponde à República Tcheca — criados pela Cultura do Vaso Campaniforme.
Os cientistas acreditam que esse povo ocupou diversas regiões da Europa entre os anos de 2,8 e 1,8 mil a.C., e que seus membros inclusive teriam participado da construção de Stonehenge, na Inglaterra, mais precisamente, no posicionamento dos blocos conhecidos como pedras azuis, que os arqueólogos pensam ter sido levadas de Gales até o local do monumento.
E aí, caro leitor, você já tinha ouvido falar dos antigos povos que mencionamos na matéria cima? Você conhece mais algum que não apareceu na lista? Não deixe de compartilhar o que você sabe conosco nos comentários abaixo!
*Publicado em 29/8/2016