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16/01/2021 às 05:00•2 min de leitura
Arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) e do Studium Biblicum Franciscanum descobriram os restos de um antigo local de banhos próximo à atual Igreja de Getsêmani, no pé do Monte das Oliveiras, região onde, segundo o Novo Testamento da Bíblia, ocorreu a traição de Judas a Jesus Cristo.
O banho ritualístico “mikveh” era realizado no local há aproximadamente 2 mil anos e caracteriza o único achado no território relacionado à época em que Jesus estava vivo. “A descoberta deste banho sem edificações provavelmente indica a existência de uma indústria agrícola aqui 2 mil anos atrás – possivelmente produzindo óleo ou vinho. As leis judaicas de purificação obrigavam os trabalhadores envolvidos na produção destes itens a se purificarem”, disse Amit Re’em, arqueólogo da Autoridade de Antiguidades de Israel.
Junto a isso, também foram identificadas as ruínas de uma igreja datada de 1.500 anos, possivelmente levantada durante o domínio do Império Bizantino e que continuou atraindo fiéis por cerca de um milênio, servindo como ponto de oração e adoração do povo muçulmano. “Para a memória e o repouso dos que amam a Cristo [sinal da cruz]. Deus que recebeu o sacrifício de Abraão, aceite a oferta dos teus servos e dê-lhes a remissão dos pecados. [Sinal da cruz] Amém”, dizia um trecho religioso incrustado em grego na entrada da igreja.
De acordo com historiadores, o território de Getsêmani não foi apenas o local em que Cristo foi traído por Judas, mas também onde havia feito suas preces na noite anterior à sua crucificação, quando foi condenado por Pôncio Pilatos, prefeito romano da Judeia. Devido à sua historicidade bíblica, que compõe uma importância religiosa imensurável para os fiéis, Getsêmani atrai milhões de peregrinos anualmente.
“O Getsêmani é um dos santuários mais importantes da Terra Santa, porque neste lugar a tradição lembra a oração confiante de Jesus e sua traição e porque todos os anos milhões de peregrinos visitam e rezam neste lugar”, disse Francesco Patton, Custódio da Terra Santa.
Os planos das autoridades locais são de incluir as descobertas no cenário turístico da cidade, servindo com atração para o centro de visitantes.