Conheça a origem de 4 criaturas mitológicas

02/09/2023 às 06:003 min de leitura

Desde pequenos, somos acostumados a consumir livros e filmes com diversas criaturas mitológicas que continuam presentes em nosso imaginário ao longo de nossa vida. Mas de onde será que elas surgiram? Aprenda a origem de 4 seres que só existem na ficção.

1. Unicórnios

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

A primeira descrição de um unicórnio foi feita no século IV a.C., quando o médico Ctésias de Cnido falou sobre um animal grande e forte, com corpo branco, cabeça vermelha e um chifre de cerca de meio metro que crescia em sua testa. Segundo ele, o bicho era violento e, se encurralado, faria de tudo para proteger seus filhotes.

Essa primeira descrição (o animal era chamado de "burro selvagem") se repetiu em outras culturas ao redor do mundo. Nos contos europeus, o unicórnio apareceu como um animal branco, parecido com um cavalo, e com um chifre em forma de espiral. No folclore asiático, outros bichos apareceram, como qilin, que lembra um cervo e tem escamas de dragão.

Por algum tempo, imaginou-se que os unicórnios realmente existiam. Marco Polo descreveu em seus relatos ter visto um deles chafurdando na lama (hoje, acredita que ele falava de um rinoceronte). Durante toda a Idade Média, mercadores vendiam chifres longos, com forma de espiral, que diziam vir desses incríveis animais. Usar o chifre como um copo ajudava a proteger contra doenças. Foi apenas no século XVIII, com o aumento da exploração novas terras, que se começou a acreditar que eles não existiam.

2. Sereias e outras criaturas do mar

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Os primeiros relatos sobre seres meio peixes, meio humanos — como as sereias e os tritões — remetem às lendas presentes na Mesopotâmia. Na mitologia eslava, há a figura da Russalka, uma ninfa da água que seria uma mulher que havia morrido afogada e voltado para se vingar. Na África, circula nos contos a Mami Wata, uma divindade da água que muitas vezes é representada como uma sereia, e que é capaz de encantar serpentes.

Contudo, a história mais famosa com este ser mitológico é mesmo A Pequena Sereia, de Hans Christian Andersen, publicada pela primeira vez em 1837. Acredita-se, inclusive, que o conto tenha influenciado vários folclores. A sereia passou a simbolizar a sorte, a fertilidade ou então os perigos do mar.

Em suas expedições, Cristóvão Colombo relatou ter avistado um grupo de sereias. Segundo escreveu, elas “não eram tão bonitas quanto são pintadas, embora até certo ponto tenham a forma de um rosto humano”. Na verdade, ele teria visto um grupo de peixes-boi descansando.

3. Lobisomens

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

O mito do lobisomem é absolutamente antigo. Esse ser mítico já aparecia no poema Epopeia de Gilgamesh, que é uma das primeiras obras conhecidas da literatura mundial. Lá, conta-se a história de uma mulher que transformou um ex-amante em um lobo.

A figura do homem que vira lobo também é presente na mitologia da Roma antiga e na Grécia. O historiador grego Heródoto chegou a escrever sobre uma tribo de pessoas na Europa oriental que se transformavam em lobo em uma época do ano. Hoje, os historiadores mais modernos defendem que Heródoto pode ter visto pessoas usando peles para se aquecer.

4. Vampiros

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Já os vampiros são mais recentes do que se pode imaginar: a palavra só aparece registrada por escrito pela primeira vez no século XVIII. Segundo a professora Deborah Mutch, autora de The Modern Vampire and Human Identity, “os europeus ocidentais se interessaram pelo fenômeno do vampiro durante o final do século XVII e início do século XVIII, quando surgiram relatórios da Europa Oriental sobre uma série de 'epidemias' de vampiros”.

E o que significaria essa tal epidemia de vampirismo? Hoje, imagina-se que as pessoas falavam de doenças reais, como a porfiria, que causa sensibilidade à luz. Já a raiva se associava a mordidas e à hipersensibilidade a coisas com cheiro forte, como o alho.

Outro fator que pode explicar a crença em vampiros é a decomposição dos corpos. Os cadáveres de pessoas que se suspeitava serem vampiras eram frequentemente desenterrados. Quando era constatado que o cabelo e as unhas haviam crescido, provavelmente se nutria a desconfiança de que a pessoa não havia morrido de fato.

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