Ciência
19/07/2013 às 10:35•2 min de leitura
Nesta semana, cientistas do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (CfA) revelaram que todo o ouro existente no planeta Terra pode ter sido originado de uma violenta colisão de duas estrelas de nêutrons com massas ultradensas.
"Estimamos que a quantidade de ouro produzido e ejetado durante a colisão das duas estrelas de nêutrons pode ser tão grande quanto dez vezes a massa da Lua", diz o líder do estudo Edo Berger, do CfA, ao The Washington Post.
Por muitos anos, os cientistas haviam teorizado que os elementos mais pesados da tabela periódica, como o ouro, a platina, o chumbo e o urânio, tiveram a sua origem em explosões de supernovas.
E não foram só os elementos da tabela periódica que tiveram origem cósmica. Até nós temos um pouco de estrelas dentro de nosso corpo, vindo do carbono e oxigênio, por exemplo, tudo proveniente de grandes explosões de supernovas. No entanto, as novas evidências sugerem que o ouro e outros elementos mais pesados não vêm das supernovas, mas sim das estrelas de nêutrons, que são os núcleos colapsados de estrelas que explodiram nas supernovas.
Fonte da imagem: Reprodução/Cfa
Para chegar a essa conclusão, os astrônomos observaram no dia 3 de junho — através do satélite Swift, da NASA — um forte flash de luz chamado de "explosão de raios gama de curta duração" (GRB), que aconteceu na constelação de Leão em uma galáxia a 3,9 bilhões de anos-luz da Terra.
Com isso, eles deduziram rapidamente (com a ajuda de alguns outros estudos e teorias) que o que eles presenciaram era o brilho radioativo de uma massa gigantesca de metais pesados criados na sequência de uma colisão de estrelas de nêutrons.
De acordo com as avaliações dos cientistas, essas explosões de junho — resultantes da colisão — produziram uma quantidade surpreendente de átomos pesados. Segundo os cálculos, o material pode ter cerca de 20 vezes a massa da Terra em ouro, sendo uma quantidade suficiente para encher 100 trilhões de petroleiros. No entanto, a quantidade de platina é ainda mais elevada, sendo sete vezes maior do que a do ouro.