Estilo de vida
21/01/2014 às 05:34•2 min de leitura
Algo que sempre foi uma concepção invisível para os astrônomos acaba de se revelar em uma imagem muito esperada por eles e por toda a comunidade científico-espacial. A chamada teia cósmica é o termo usado para os aglomerados de milhões de galáxias, que formam algo como um emaranhado de redes tridimensionais.
Os astrônomos descobriram um quasar distante iluminando uma grande nebulosa de gás difuso, revelando pela primeira vez parte da rede de filamentos que se pensa conectar galáxias em uma teia cósmica.
A imagem é parte de um estudo liderado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, e publicado no dia 19 de janeiro na revista científica Nature.
Fonte da imagem: Reprodução/Sploid
"Este é um objeto muito excepcional: é enorme, pelo menos duas vezes maior que qualquer nebulosa detectada antes, e se estende bem além do ambiente galáctico do quasar", disse o autor do estudo, Sebastiano Cantalupo.
De acordo com o que informou o site da Universidade da Califórnia, de Santa Cruz, esta imagem que você vê acima mostra a nebulosa (em azul) que se estende através de 2 milhões de anos-luz e que foi descoberta em torno do quasar brilhante UM287 (no centro da imagem).
Segundo os astrônomos que fizeram o registro, a radiação energética do quasar faz com que gás intergaláctico circundante brilhe, revelando a morfologia e as propriedades físicas de um filamento da teia cósmica.
De acordo com os especialistas em Astronomia, o modelo cosmológico padrão de formação de estruturas do universo prevê que galáxias sejam incorporadas em uma rede cósmica de matéria, sendo que a maioria (cerca de 84%) é matéria escura invisível.
Essa teia com seus filamentos é geralmente vista em simulações computadorizadas da evolução da estrutura do universo, que mostra a distribuição da matéria escura em grandes escalas.
Até agora, no entanto, esses filamentos nunca haviam sido realmente vistos. O gás intergaláctico foi detectado pela sua absorção de luz a partir de fontes luminosas de fundo, mas os resultados não revelam a forma como ele é distribuído. Neste estudo, os pesquisadores detectaram o brilho fluorescente de gás hidrogênio resultante da sua iluminação por intensa radiação do quasar.
"Este quasar é um gás difuso iluminado em escalas bem além de qualquer que já vimos antes, proporcionando-nos a primeira imagem de gás estendida entre as galáxias. Ele fornece uma visão fantástica para a estrutura global do nosso universo", disse o coautor do estudo, J. Xavier Prochaska, professor de Astronomia e Astrofísica da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.
"Nós estudamos outros quasares desta forma, sem a detecção de tal gás estendido. A luz do quasar é como um feixe, e, neste caso, tivemos sorte que a ‘lanterna’ esteja apontando na direção da nebulosa, fazendo-a brilhar. Nós pensamos que esta é parte de um filamento que pode ser ainda mais extenso, mas só conseguimos ver a parte que é iluminada pela emissão da radiação do quasar”, disse Cantalupo.