Artes/cultura
26/03/2013 às 10:32•2 min de leitura
Os seres humanos são criaturas sociáveis. No entanto, lá nos primórdios da civilização humana, os agrupamentos e clãs eram muito mais restritos e fechados, provavelmente devido a um forte instinto de preservação. E talvez tenha sido esse instinto o que permitiu que a nossa espécie “vingasse” no decorrer da História, mas o que é que levou os nossos ancestrais a se soltarem mais e a criar laços sociais com outros agrupamentos humanos?
E mais: com tantos códigos de conduta rigidamente estabelecidos entre os membros dos clãs, o que é que provocou a mudança comportamental que fez surgir as primeiras expressões artísticas, invenções, experimentações etc.? Um interessante artigo publicado pelo The New York Times argumenta que a cerveja — bem como outras bebidas alcoólicas fermentadas — possa ter exercido uma importante influência nessa “liberação” criativa e social.
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Segundo o artigo, uma vez descobertos os maravilhosos efeitos dessa incrível poção mágica, os humanos começaram a desafiar os restritivos instintos de sobrevivência que mantinham os agrupamentos sob controle, e as longas conversas ao redor das fogueiras certamente começaram a tomar novas e inéditas dimensões.
Graças ao elixir dos deuses, gole a gole a timidez foi sendo diluída, as aflições deixadas de lado e o receio de expor ideias esquecido, além de afrouxar a rígida estrutura social que mantinha os clãs unidos. Com o tempo — e à base de algumas bebedeiras —, os humanos foram se tornando mais extrovertidos, criativos e colaborativos, e existem evidências que sugerem que tanto os vinhos como as cervejas eram presença obrigatória nos momentos de deliberação.
Contudo, apesar do importante papel da cerveja para o desenvolvimento da sociedade, hoje em dia, em vez de uma evolução da civilização, somos testemunhas de uma “des-civilização” do comportamento humano, com pessoas bebendo demais e abusando de outras substâncias para superar suas ansiedades e temores, que acabam se isolando dentro da nossa sociedade.
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