Ciência
03/10/2014 às 05:11•2 min de leitura
Já pensou como é difícil ser uma morsa? Enquanto as focas podem nadar livremente pelo mar, as pobres morsas são muito mais limitadas. Após passar o dia inteiro cruzando as águas do oceano Atlântico, elas gostam de descansar suas presas nos campos de gelo, deitar de barriga para cima e tirar uma boa soneca.
Mas está cada vez mais difícil encontrar um pedaço de gelo no mar. Logo, as morsas estão optando pela segunda melhor opção: o Alasca. Segundo o National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) – agência federal americana responsável pelo estudo das condições atmosféricas e oceânicas –, cerca de 35 mil animais migraram para a costa norte de Point Lay, que fica localizada na parte noroeste do Alasca.
As morsas do mar de Beiring utilizam as calotas de gelo como bases flutuantes enquanto não estão mergulhando para o fundo do mar, local em que elas costumam apanhar mexilhões e outros moluscos. No inverno, isso não é um problema e, até recentemente, também não era no verão.
Normalmente as morsas fêmeas levam os filhotes para mergulhar no mar relativamente congelado de Chukchi, o qual fica localizado na parte norte do mar de Bering, onde é mais fácil atingir o fundo. Mas, uma vez que a temperatura aumentou com o verão, o oceano Ártico encolheu, recuando cada vez mais para o norte e empurrando a massa de gelo para extensões com mais de 3 km de profundidade.
Uma vez que as morsas não conseguem caçar com facilidade nessas águas, elas precisam encontrar um novo lar para passar as “férias de verão”. Os cientistas acreditam que é por esse motivo que elas estão se mudando para o Alasca.
Essa não é a primeira vez que os animais migram para essa região no verão, pois elas também foram encontradas em grande quantidade em 2007, 2009 e 2011, quando aproximadamente 30 mil delas acamparam em uma faixa de aproximadamente 1 km de Point Lay. Neste ano, a área de gelo que corresponde ao Ártico foi a sexta menor já registrada.
“As morsas estão nos dizendo o que os ursos-polar e os indígenas já nos informaram na época do alto Ártico”, informou Margaret Williams, a diretora-geral do Programa Ártico da World Wildlife Fund. “Elas nos dizem que o ambiente do Ártico está se alterando extremamente rápido e que é hora do resto do mundo perceber e combater as raízes das mudanças climáticas”.