Artes/cultura
07/04/2019 às 06:00•2 min de leitura
O homem vem observando eclipses há milênios e, apesar de incontáveis registros históricos, relatos e ilustrações desses eventos astronômicos terem sido deixados ao longo da História, as fotografias só começaram a ser clicadas bem recentemente. A primeira delas — cientificamente aproveitável — é essa que você pode ver a seguir, produzida por um cara chamado Johann Julius Friedrich Berkowski no dia 28 de julho de 1851. Confira:
Primeiro registro cientificamente aproveitável da História
A imagem que você acabou de ver foi capturada no Observatório Real de Königsberg, na (então) Prússia, que fazia parte da Universidade de Königsberg, mas infelizmente foi destruído durante a Segunda Guerra Mundial em bombardeios que ocorreram em meados de 1944.
Voltando ao assunto da foto, Berkowski conseguiu capturar o eclipse por meio da daguerreotipia. Essa técnica fotográfica dispensava o uso de negativos e consistia em fixar a imagem diretamente sobre uma placa de metal — como o cobre, por exemplo — com um banho de prata que formava uma superfície espelhada sobre a chapa.
Lâmina resultante
A imagem normalmente era capturada por meio de uma câmera de daguerreótipo, e a peça resultante, embora fosse extremamente frágil e suscetível a riscos e danos, funcionava como negativo e positivo — ou seja, como uma fotografia — ao mesmo tempo. Veja como eram as câmeras usadas para registrar as imagens por meio dessa técnica:
Câmera de daguerreótipo
No caso do eclipse de 1851, Berkowski registrou a imagem por meio de um pequeno telescópio refrator (ou luneta astronômica) fixado a um heliômetro — isto é, um instrumento usado para medir o diâmetro dos astros, especialmente do Sol e da Lua — de 15,8 centímetros. Berkowski começou a capturar o evento assim que o eclipse alcançou a totalidade e o daguerreótipo final foi criado após 84 segundos de exposição.
Vale destacar que muita gente tentou capturar imagens de eclipses de antes de Berkowski, mas ninguém havia conseguido registrar um contraste suficiente entre a brilhante coroa solar e o disco escuro formado pela sobreposição da Lua ou uma foto com a exposição ideal para ser cientificamente útil até então.