Ciência
27/09/2017 às 09:52•2 min de leitura
O sonho de mandar um terráqueo a Marte é antigo, mas só agora essa possibilidade tem sido discutida com cada vez maiores chances de se concretizar. Além de toda a tecnologia envolvida, um dos maiores problemas para os cientistas é em relação à saúde dos visitantes – ou até novos moradores – do Planeta Vermelho.
A Terra possui uma camada chamada magnetosfera que naturalmente impediu ou diminui a intensidade de raios cósmicos. Assim, não só a vida prospera como a incidência de cânceres não é tão intensa quanto poderia ser. Esses raios, provenientes principalmente do Sol com suas tempestades e até de rincões da Via Láctea, são altamente penetrantes e danosos ao corpo humano.
A NASA tenta desenvolver tecnologias que impeçam que essa radiação ultrapasse os uniformes dos viajantes/colinizadores, mas isso tem se tornado um dos maiores desafios em relação a essa viagem. No caso de colônias, não apenas os trajes necessitariam dessa camada protetora, mas todas as estruturas construídas no planeta.
"Planeta Vermelho", filme de 2000, mostra astronautas sem capacete, algo que na prática seria mortífero
Um novo estudo, feito pela Universidade de Nevada, nos EUA, mostrou o que risco de cânceres é duas vezes maior do que prevíamos. Anteriormente, acreditávamos que a radiação poderia entrar no DNA das células e causar mutações que levam ao aparecimento de tumores, mas o buraco é ainda mais embaixo.
Acontece que mesmo as células que continuassem saudáveis depois da exposição à radiação também acabariam sendo influenciadas por suas vizinhas afetadas e sofreriam mutações secundárias, agravando e acelerando o processo cancerígeno. “Aprendemos que as células danificadas enviam sinais às células circundantes e não afetadas e provavelmente modificam os microambientes dos tecidos. Esses sinais parecem inspirar as células saudáveis ??a mutar, causando tumores ou cânceres adicionais”, analisou Francis Cucinotta, principal responsável pelo estudo.
A sonda Mars Curiosity mostrou que a incidência de radiação em Marte pode ser até mil vezes maior do que na Terra, preocupando os planos de uma possível colonização. Até hoje, as missões em órbita nunca fora tão extensas – viagens ao Planeta Vermelho necessitariam ao menos 3 anos de vivência no espaço, mas, até hoje, o máximo que ficamos foi quase um ano, no caso do astronauta Scott Kelly que ficou 340 dias na Estação Espacial Internacional.
Curiosity mostrou que a incidência de radiação em Marte é até mil vezes maior do que na Terra