Ciência
03/10/2017 às 11:36•1 min de leitura
Muitas espécies já descobriram que trabalhar em equipe é o melhor sinal. Em Laguna (SC), a relação improvável – e única no mundo – é entre os golfinhos e os seres humanos. São os animais aquáticos que dão o sinal para que a tarrafa seja jogada ao mar e a pesca da tainha seja concretizada.
Esse sinal, de acordo com pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, é através de uma espécie de assobio próprio apenas dos golfinhos dessa região do planeta. Os animais nadam em grupos para empurrar o máximo possível de peixes para a rede dos pescadores. Como recompensa, eles próprios acabam se beneficiando das tainhas desgarradas.
A relação amistosa acontece na região há pelo menos 120 anos. E não pense que os golfinhos fazem isso de maneira forçada, não: eles são livres na natureza, ajudando voluntariamente os pescadores. Como as águas da laguna são muito escuras, cabe aos cetáceos marinhos avisar quando é a hora certa de os homens entrarem em ação.
Atualmente, estima-se que ao menos 20 golfinhos “trabalhem” na região, sempre se beneficiando do excedente não capturado pelos cerca de 200 pescadores. A relação é tão próxima, que os animais já são identificados através de diferenças formatos e manchas na pele – alguns têm até nome!
O curioso, na relação do sotaque, é que os golfinhos que trabalham em parceria com os humanos de Santa Catarina mantém essa entonação da comunicação mesmo quando estão entre “parentes” que não ajudam na pescaria. Ainda que vocalização dos golfinhos seja diferente em várias áreas do planeta, ver isso acontecendo entre animais da mesma região é algo bastante curioso para os biólogos que estudam o comportamento desses animais.
Cooperação ocorre há 120 anos