Estilo de vida
13/11/2017 às 11:43•5 min de leitura
Não é de hoje que nós sonhamos como a tecnologia pode mudar o futuro. Dos inventos de Leonardo da Vinci, passando pela literatura de Júlio Verne e Philip K. Dick, até as projeções feitas pelos periódicos modernos, uma das coisas que mais adoramos fazer é projetar como será a nossa vida nos próximos anos. Contudo, nem tudo o que imaginamos se concretiza e algumas das ideias chegam a ser bizarras se comparadas com o que vivemos atualmente — “como é que chegamos a pensar nisso?”, muitos vão questionar.
Para celebrar os avanços e checar onde acertamos e erramos, separamos aqui capas de revistas que destacaram vários conceitos atualmente mais próximos da realidade de um jeitinho engraçado e sensacionalista.
Rapid transit for everybody: Motor which can be attached to any bicycle at a cost of only US$ 75
(Trânsito rápido para todo mundo: Motor pode ser acoplado a qualquer bicicleta por apenas US$ 75)
As primeiras tentativas de bicicleta motorizada são bem anteriores, do final de 1869. Interessante é notar que depois desse tempo todo as duas rodas mais simples continuam sendo um dos transportes individuais preferidos em todo o planeta — e a busca pelo melhor formato e motor continua, inclusive nos modelos dobráveis e conectados com a web.
Em cartaz: cinema por computador
A matéria de destaque fala sobre a novidade da “infografia”, uma “associação entre a informática e artes gráficas”. O recurso passou a ser utilizado extensivamente nos videogames e a computação gráfica é hoje parte essencial dos filmes de ação, heróis ou ficção científica. A revista também dá uns bolas foras, como a previsão de um bem-sucedido relógio-isqueiro.
Better than hard drives? Removable catridges
(Melhor que discos rígidos? Cartuchos removíveis)
Armazenar e transportar dados talvez fossem as maiores limitações das máquinas nos início dos anos 90. Tanto é que os fabricantes tinham que experimentar na base da tentativa e erro, pois as marcas trabalhavam com diferentes padrões e as matérias-primas, assim como a mão-de-obra, eram muito caras. Lembrando que na época não havia como fazer uma pesquisa na web e nem mesmo enviar arquivos para a nuvem.
The PC gets more personal: Apple’s Newton leads a new wave of “Personal Digital Assistants”
(O PC fica mais pessoal: O Newton, da Apple, lidera a nova onda de “Assistentes Pessoais Digitais”)
No começo dos anos 90 os computadores, já incorporados em diversos ambientes de trabalho, passavam a ser mais eficientes também nas tarefas pessoais. O aparelhinho Newton, da Apple, tinha tela sensível ao toque e habilidades interessantes, mas não vingou. Hoje, o esquema de display é quase padrão para todos os smartphones e vivemos rodeados de assistentes digitais como a Cortana, a Siri, o Google Assistente ou a Alexa.
Cyberpunk: Virtual sex, smart drugs and synthetic rock’n’roll! A futuristic subculture erupts from de electronic underground
(Cyberpunk: Sexo virtual, drogas inteligentes e rock’n’roll sintético! Uma subcultura futurística surge do underground eletrônico)
Pois é, nos anos 90 todo mundo pensava em 2017 os humanos já estariam mesclados com as máquinas em um cenário mais parecido com uma rave pós-apocalíptica. Ok, até que o pessoal não estava tão equivocado assim, porém, demorou mais tempo que esse povo previu.
Access everything! Discover the secret life of your Amiga: step into the world of Amiga Virtual Reality, experience the thrill of computer hacking and see how Amigas have changed Music and Films
(Acesse tudo! Descubra a vida secreta do seu Amiga: caminhe no mundo da realidade virtual do Amiga, experimente a emoção do hacking e veja como os Amigas mudaram as músicas e filmes)
Quem é mais novinho não deve se lembrar, mas o Amiga era um computador que tinha uma grande vantagem gráfica em relação aos outros computadores pessoais de meados dos anos 80 até início dos 90. Tanto é que o pessoal que tinha essas máquinas caras era pretensioso a ponto de escrever um título desses. No final das contas, o Amiga ficou em segundo plano e ainda é usado por pouquíssima gente, enquanto os PCs e Macintoshs é que ajudaram a realizar tudo o que está descrito ali.
Cyber War: The U.S. rushes to turn computers into tomorrow’s weapons of destruction. But how vulnerable is the home front?
(Ciberguerras: Os Estados Unidos correm para tornar os computadores as armas de destruição em massa do amanhã. Mas quão vulneráveis são nossas fronteiras nacionais?)
Apesar da cafonice da capa, aqui está algo que realmente se concretizou. “Quão vulneráveis são nossas fronteiras?” Essa pergunta pode ser respondida com a interferência de hackers russos nas últimas eleições presidenciais estadunidenses ou no vazamento de bilhões de contas de usuários do Yahoo!
Kiss your mall goodbye: online shopping is faster, cheaper and better
(Mande um beijo de adeus ao seu shopping center: comprar online é mais rápido, melhor e mais barato)
De acordo com a galera que fez esse material, a essa altura a gente ia comprar tudo sem sair de casa e o serviço já estaria a maior maravilha do universo. Tudo está mais ágil e eficiente atualmente, mas o e-commerce ainda não foi capaz de anular o tradicional rolê para encontrar achados mais baratos e melhores.
What’s next for Napster: How Shawn Fanning, 19, upended music… and a lot more
(O que vem por aí para o Napster: Com Shawn Fanning, 19, revirou a música… e muito mais)
No começo dos anos 2000, o Napster revolucionou o sistema de troca de arquivos peer-to-peer e criou um grande rebuliço na indústria, com direito a brigas por direitos autorais e pirataria. Só que a companhia não vingou: parecia o nascimento de uma gigante, mas hoje é só lembrada em matérias como esta.
Will your next PC look like this? Intel will take your smartphone places it’s never been
(Seu próximo PC terá esse visual? A Intel levará seu smartphone a um patamar inédito)
Em 2006 muita gente já queria computadores portáteis para andar com eles no bolso. Dessa vez, dá para dizer a previsão deu certo: a Intel é líder em fabricação de chips, inclusive para dispositivos móveis, e os smartphones estão a cada dia tão poderosos quanto PCs de mesa ou notebooks.
Nokia: One billion customers — can anyone catch the cell phone king?
(Nokia: Um bilhão de consumidores — alguém será capaz de alcançar os reis dos celulares?)
Se você ler o título em voz alta perto de alguém pode ser até que arranque alguma gargalhada por aí. Muitos millenials nem lembram, mas a Nokia já foi líder na venda de celulares.
The Surprising Joy of Virtual Reality and why it’s about to change the world
(A surpreendente alegria da Realidade Virtual e por que está prestes a mudar o mundo)
E olha que essa capa nem é tão velha mas já era ruim na época. Nela vemos o fofinho Palmer Luckey, criador do Oculus Rift, acreditando que pode voar em sua praia digital. A realidade virtual ainda não é tão popular, entretanto tem poder de imersão capaz de fazer com que você realmente se sinta suspenso no ar feito um pirilampo.
Bem, independente se acertaram ou não, se eram bregas ou sofisticadas, se eram grandes viagens ou apostas verossímeis, fato é que sonhar não custa nada e muitas das previsões que hoje fazem parte do cotidiano, tanto do trabalho quanto de nossas vidas pessoais, saíram dessas apostas sensacionalistas.
E você, já viu alguma dessas capas? Lembra de alguma em especial? Conte pra gente e compartilhe!