Artes/cultura
02/02/2018 às 14:00•2 min de leitura
Quando pensamos em “devoradores” espaciais, o mais comum é que a gente pense em buracos negros — que, no fundo, são uns incompreendidos, já que devorar mesmo eles não devoram nada, mas atraem qualquer coisa que se aproxime demais deles, inclusive a luz. Pois não é sobre uma dessas estruturas que vamos falar agora, e sim a respeito de uma estrela “comilona” que, segundo David Grossman, do site Popular Mechanics, já engoliu cerca de 15 planetas.
De acordo com David, a estrela vem sendo chamada pelos cientistas de Kronos (a Devoradora de Mundos) e faz parte de um sistema binário cuja companheira foi apelidada de Krios. Os dois astros foram batizados oficialmente de HD 240430 e HD 240429, ficam a cerca de 320 anos-luz da Terra — o que significa que não temos absolutamente nada a temer! — e foram descobertos no ano passado.
Petiscando nos filhotes planetários (Popular Mechanics/NASA/ JPL-Caltech/R. Hurt/SSC-CALTECH)
Acontece que estrelas que fazem parte de sistemas binários quase sempre apresentam a mesma composição, uma vez que elas geralmente “nascem” na mesma “maternidade”, isto é, normalmente esses astros se formam a partir da mesma nuvem de material cósmico. No entanto, quando os astrônomos começaram a estudar a dupla, eles descobriram que suas composições eram bem diferentes.
Tão diferentes que, segundo David, Kronos e Krios são o par de estrelas binárias mais diferentes entre si já identificadas. Através de observações, os cientistas descobriram que Kronos apresenta altas concentrações de metais como o silício, ferro, cromo, magnésio, alumínio e ítrio — e esses elementos são os que normalmente compõem planetas rochosos.
Com base nessa constatação, os astrônomos realizaram diversas simulações e os resultados apontaram que Kronos provavelmente “engoliu” algo em torno de 15 planetas que orbitavam esse sistema binário. Pode que ninguém tenha visto a Estrela Devoradora de Mundos (apelido dramático, né?) consumindo seus filhotes planetários, mas existem fortes evidências de que foi isso o que aconteceu. Ainda bem que o nosso Sol não o mesmo apetite!