Artes/cultura
08/06/2018 às 13:04•3 min de leitura
Se você achava que bastava cortar a cabeça de uma cobra fora para se livrar do perigo, saiba que esses animais podem continuar sendo letais mesmo depois de sofrerem decapitações! Não acredita? Então, deixe a gente contar sobre um caso que foi registrado recentemente na cidade de Corpus Christi, no Texas, EUA.
O casal Jeremy e Jennifer Sutcliffe decidiu aproveitar um dia tranquilo para dar um trato no jardim, quando, de repente, a mulher descobriu que havia uma cascavel sorrateira escondida entre alguns arbustos. Assustada, ela chamou o marido que, valente e ligeiro, resolveu pegar uma pá e cortar a cabeça da cobra fora.
Jennifer e Jeremy Sutcliffe (Global News)
Até aí tudo certo, já que Jeremy deu um jeito na cobra, salvou a esposa de uma possível picada e ficou bem na fita. No entanto, quando o homem foi recolher os pedaços da cascavel — que ele achava estar mortinha, visto que o golpe da pá separou a cabeça da bicha do restante do corpo por completo —, a cobra tascou em sua mão uma bela de uma picada.
Para você ter uma noção da gravidade da situação, Jennifer levou o marido imediatamente ao hospital que fica a pouco mais de três quilômetros da casa do casal. Entretanto, no caminho, Jeremy começou a convulsionar, a perder a visão e os sentidos. Uma vez na emergência, os médicos descobriram que a cascavel tinha injetado tanto veneno com a picada, que o homem teve que ser colocado em coma induzido e conectado a um aparelho que o ajudasse a respirar.
O corpo da dita cuja (Global News)
No fim, os médicos só conseguiram estabilizar o quadro de Jeremy depois de dar a ele nada menos do que 26 — sim, caro leitor, vinte e seis — doses de soro antiofídico. Só a título de curiosidade, o mais normal é que a quantidade não passe de quatro! Aliás, enquanto o time trabalhava para salvar a vida de Jeremy, ele começou a ter hemorragia interna, seus órgãos começaram a falhar e seu organismo estava entrando em choque. Ou seja, foi por pouco!
A cobra que picou Jeremy foi identificada como sendo uma cascavel-diamante-ocidental — Crotalus atrox —, cujo veneno pode provocar a coagulação do sangue, e a formação de coágulos podem causar o colapso dos rins. Ademais, as toxinas podem levar à ruptura das membranas que envolvem as hemácias e, com isso, a hemorragias internas, além de causar a necrose de tecidos, lesões nos músculos e feridas no local da picada. Resumindo: tenso!
E foi assim que a mão de Jeremy ficou depois da picada! (Global News)
Normalmente, as picadas podem ser tratadas com o uso do soro e, quando não ocorre a aplicação do medicamento, o risco de morte é de 10 a 20%. No caso de Jeremy, o encontro com a cascavel foi especialmente violento e, apesar de ninguém saber ao certo o que aconteceu, os especialistas suspeitam que a cabeça acabou injetando uma quantidade de veneno maior do que o habitual. Falando em cabeça... Como é que uma cobra decapitada foi capaz de fazer tamanho estrago?
De acordo com os especialistas, as cobras, como todo mundo sabe, são animais de “sangue frio” e, portanto, obtêm calor a partir do ambiente, através da exposição à luz solar ou a superfícies quentes. Por outro lado, os organismos de sangue quente — como é o caso dos mamíferos, por exemplo — requerem uma grande quantidade de energia e oxigênio para gerar calor.
A cabeça da cascavel zumbi (Global News)
Como as cobras não precisam regular a temperatura corporal, elas não têm que ficar “queimando” energia e oxigênio para manter o organismo em funcionamento. Portanto, se o suprimento de sangue for cortado — como seria o caso de uma decapitação —, esses animais não morrem imediatamente e podem levar de vários minutos a algumas horas até finalmente bater as botas.
Já as criaturas de sangue quente, como precisam de oxigênio para manter o cérebro funcional, quando o fluxo sanguíneo até o órgão é cortado, os animais morrem em seguida. Sendo assim, já sabe, né? Se você encontrar a cabeça de uma cobra por aí, o melhor é conter a curiosidade e não tocar no bicho!
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