Artes/cultura
10/07/2018 às 10:00•3 min de leitura
Nossos céus nunca foram tão vigiados, com inúmeros observatórios e astrônomos amadores apontando seus telescópios para o espaço. Mas a questão pertinente é: onde foram parar os OVNIs nessa história toda?
Segundo dados da Rede Mútua de OVNIs, ou MUFON (Mutual UFO Network), o número de relatos tem caído desde 2012. O grupo, sem fins lucrativos, possui um site onde é possível registrar qualquer tipo de encontro com extraterrestres, através de um formulário que solicita, além da descrição, uma infinidade de detalhes comuns nesse tipo de situação.
Suposta foto de OVNI registrada em 1956 na Califórnia, EUA
David C. Korts é um estatístico aposentado que, atualmente, se dedica ao MUFON. Acostumado a trabalhar com números, ele disse em entrevista ao Gizmodo que a queda de aparições não seguiu um padrão, mas após um pico em 2012, houve uma redução nos relatos de aproximadamente 35% até 2017. As análises de Korts procuram encontrar padrões nas aparições, identificando as áreas onde mais ocorrem e como elas estão mudando com o tempo.
Quem também percebeu a queda de relatos foi Cheryl Costa, escritora nomeada Pesquisadora do Ano no Congresso Internacional de Ufologia de 2018. Além dos dados compilados pela MUFON, ela analisou os registros feitos pelo Centro Nacional de Registros de OVNIs, ou NUFORC (National UFO Report Center), divulgando as constatações no Syracuse New Times. Ela percebeu que o pico registrado em 2012 teve seu início em 2001, confirmando a partir de então o declínio.
Ambas as organizações recebem relatos online, mas a MUFON possui investigadores de campo, os quais examinam os registros e validam as informações previamente fornecidas. Isso cria uma base de dados muito mais confiável e realmente útil.
Esse tipo de procedimento fornece a Korts uma infinidade de dados confiáveis e passíveis de análise, com a possibilidade de cruzar informações como formatos e cores dos objetos, constatando a variação de suas aparições no tempo. Também proporciona condições para identificar as áreas onde os avistamentos são mais registrados, levando em conta o tamanho da população e da localidade. De qualquer modo, mesmo com todas essas análises, a conclusão se mantém: os registros estão diminuindo cada vez mais e sem uma explicação direta.
O declínio das aparições é uma tendência curiosa, já que meteoros têm sido fotografados e filmados frequentemente nos últimos tempos. Para Sharon Hill, geóloga que escreve sobre ciência e possui pesquisas na área da cultura paranormal e pseudociência, as fotos não aparecem, mesmo com o aumento monstruoso do número de câmeras, porque é muito difícil registrar um OVNI. Como essa é a forma como nos expressamos atualmente, relatos verbais seriam desincentivados.
Além disso, a ideia de que existe uma conspiração governamental para que o assunto não seja analisado faz com que as pessoas não se sintam encorajadas a relatar o que tenham visto. Hill diz que há uma sensação de que “esse assunto não pode ser investigado, pois são conspirações”.
Já o diretor-executivo do MUFON, Jan Harzan, disse ao Gizmodo que a organização está comprometida em descobrir a verdade por trás das aparições. A fim de que o objetivo seja alcançado, as informações são compartilhadas entre pesquisadores da área, para que os fenômenos possam ser mais bem compreendidos.
Segundo ele, quase não existem fotos atuais de OVNIs porque a tecnologia deles requer o uso de uma quantidade gigantesca de energia. “OVNIs estão basicamente manipulando o espaço-tempo. Quando eles fazem isso, acabam gerando um campo eletromagnético muito forte, que distorce qualquer imagem registrada”, disse Harzan.
Se você nunca testemunhou um OVNI, Harzan tem algumas dicas. O melhor a se fazer é encontrar um lugar silencioso e a céu aberto, enquanto pensa sobre os visitantes. Segundo ele, “parece existir algum tipo de conexão de consciência, pois pensar sobre eles tende a ser uma maneira eficaz de atraí-los”. E aí, pronto para testar a técnica?
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