Artes/cultura
20/07/2018 às 15:25•2 min de leitura
Você deve ter notado que nós aqui do Mega Curioso somos muito fãs de fósseis e dinossauros, né? Entre as várias matérias que a gente já compartilhou no site, temos uma lista com uma seleção de seres pré-históricos que foram encontrados preservados em âmbar — que nada mais é do que aquela resina superpegajosa das árvores, só que fossilizada.
(National Geographic)
Esse material, o âmbar, conforme explicamos, funciona como uma espécie de “conservante jurássico”, uma vez que inúmeros animais e plantas de milhões e milhões de anos atrás acabaram sendo encapsulados pela resina e, basicamente, congelados no tempo. E por estamos contando isso? Porque encontraram um bebê cobra que foi capturado por uma bolota de âmbar há 99 milhões de anos e esse exemplar se transformou no filhote dessa classe de réptil mais antigo já descoberto no mundo.
De acordo com Sarah Sloat, do site Inverse, o âmbar contendo a cobrinha foi descoberto em Myanmar e estudado por um time de cientistas da Universidade de Alberta, no Canadá. E, para determinar a idade do fóssil, a bolota de resina foi submetida a um exame conhecido como “datação por urânio-chumbo” — um método frequentemente usado para estabelecer quando as rochas se formaram e se cristalizaram.
(Inverse)
O resultado apontou, conforme comentamos anteriormente, que o fóssil é de pelo menos 99 milhões de anos atrás. Isso significa que, quando a cobrinha teve o azar de estar debaixo de uma árvore “vazando” meleca, ela se encontrava no antigo continente chamado Laurásia — que se formou após a fragmentação do supercontinente Pangeia.
Já com relação ao bichinho, os pesquisadores determinaram que ele possui uma anatomia muito semelhante à dos animais que rastejam pela Terra hoje em dia. O time batizou a espécie de Xiaophis myanmarensis, e revelou que a cobrinha contava com 97 vértebras e costelas e os animais modernos mais parecidos com ela seriam as serpentes da família Cylindrophiidae, nativas do sudeste asiático.
As semelhanças entre o fóssil e os répteis atuais, aliás, chamaram bastante a atenção dos cientistas, uma vez que eles puderam observar o quão pouco esses animais mudaram ao longo de tantos milhões de anos. Outra coisa legal é que o âmbar, além de encapsular a cobrinha, também capturou insetos, plantas e outros fragmentos presentes no ambiente naquele dado momento, o que significa que olhar para esse tipo de material é como olhar para uma mini máquina do tempo capaz de nos transportar de volta ao Cretáceo. É realmente notável!
(Inverse)
Segundo disseram, o que realmente surpreendeu a todos foi a constatação de que as características anatômicas presentes em cobras e serpentes atuais “surgiram” há, pelo menos 100 milhões de anos. Isso por que a evolução desses animais é um mistério para Ciência, e o exemplar preservado representa uma excelente oportunidade para que os pesquisadores possam entender melhor como o processo de desenvolvimento desses animais se deu ao longo dos milênios.
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