Queijo mais velho do mundo — e “amaldiçoado” — é achado em tumba egípcia

16/08/2018 às 13:292 min de leitura

Você deve se recordar da petição que estava rolando na internet para que as autoridades permitissem que um bando de loucos pudesse beber o “caldo” encontrado no interior de um sarcófago negro — contendo três corpos — que foi descoberto em Alexandria recentemente, certo? O pedido foi negado, obviamente, mas nós aqui do Mega Curioso estamos achando que outra solicitação de degustação bizarra pode surgir em breve!

Isso porque um time de pesquisadores anunciou ter descoberto um queijo no interior da tumba de Ptahmes, um cara que foi prefeito de Mênfis, no Egito, durante os reinados dos faraós Seti I e Ramsés II, e a estimativa é a de que o alimento tenha por volta de 3,3 mil anos. Mas não é só isso... Além de possivelmente ser o queijo sólido mais antigo já encontrado no mundo, estão dizendo que ele é “amaldiçoado”. Certeza que vai aparecer algum biruta querendo experimentar isso aí!

Queijo — muito — velho

O queijo foi encontrado no interior da tumba de Ptahmes juntamente com uma série de recipientes de argila quebrados durante escavações que ocorreram entre 2013 e 2014, mas só agora as análises dos artefatos descobertos foram divulgadas. Segundo os cientistas — da Universidade de Catania, na Itália, e da Universidade do Cairo, no Egito —, quando os objetos foram recolhidos, os arqueólogos notaram que um dos jarros continha uma substância sólida, esbranquiçada e meio farelenta desconhecida.

Queijo mais antigo do mundoVai um pedacinho aí? (New Atlas)

Os pesquisadores pegaram um pedacinho dessa massa estranha e levaram para o laboratório — e depois de conduzir uma porção de análises e testes, determinaram que o fragmento continha pelo menos cinco proteínas presentes no leite de bovídeos. Essa é a família que engloba animais como ovelhas, cabras, vacas e búfalos, mas, entre as 5 proteínas identificadas, 2 só são encontradas no leite de vaca.

Com isso, os cientistas concluíram que o material era um alimento produzido a partir do leite de vaca e, possivelmente, cabra ou ovelha. E você deve estar se perguntando como é que os pesquisadores sabem que a massa estranha encontrada na tumba era queijo e não simples leite, não é mesmo? Pois, junto com ela, os arqueólogos encontraram, ainda, um pedaço de tecido que foi usado para envolver o alimento, e a textura do pano aponta que ele continha um alimento sólido — e não um pouco de leite que azedou. E sobre o papo da maldição?

Maldição da múmia do queijo

Na verdade, os pesquisadores não encontraram nenhum feitiço maligno ou papiro contendo alertas sinistros relacionados com o queijo. Contudo, durante as análises, eles encontraram nas amostras uma proteína associada com uma bactéria sinistra chamada Brucella melitensis, organismo responsável por causar uma doença altamente contagiosa conhecida como brucelose.

Sítio arqueológicoA tumba de Ptahmes (New Atlas)

Essa doença pode ser transmitida a humanos que tenham contato com animais ou consumam laticínios (não pasteurizados) infectados, e os principais sintomas são fraqueza, febre, cansaço, dores pelo corpo e nas articulações e calafrios.

Entretanto, o quadro pode evoluir para, entre outras coisinhas, encefalite (inflamação do cérebro), meningite (inflamação das membranas que envolvem o cérebro), endocardite (inflamação do interior do coração) e epididimiorquite (inflamação dos testículos), o que, basicamente, significa que o tal queijo é amaldiçoado, sim! E o aperitivo perfeito para acompanhar o caldo do sarcófago!

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