Ciência
26/09/2018 às 13:45•2 min de leitura
Está em fase final de construção o mais novo acelerador de partículas brasileiro, o Sirius. O equipamento está sendo instalado em Campinas, no interior do estado de São Paulo, e deve custar no total R$ 1,8 bilhão. O governo federal, vem repassando verbas lentamente para a construção do acelerador, mas, em novembro, com investimento já realizado na casa dos R$ 1,3 bilhão, os primeiros testes devem começar a ser feitos.
Quando pronto, o Sirius será o mais avançado acelerador de partículas da sua categoria no mundo inteiro, sendo uma fonte de luz síncrotron. Ele ganha esse nome por ser capaz de lidar com esse espectro de radiação, o que inclui raios-X, luz ultravioleta, infravermelha e mais.
Conjunto de magnetos responsável por faz os elétrons serpentearem no interior do anel de armazenamento e, com isso, liberar energia na forma de luz síncrotron
A aceleração das partículas se dá por meio de campos elétricos, e campos magnéticos são responsáveis pela mudança de trajetória das partículas. No total, o Sirius tem uma circunferência de 500 m e uma série de estágios e anéis de aceleração para estudos de partículas.
Em termos simples, o processo de inicial de aceleração começa com o aquecimento de um fio de tungstênio. Com isso, elétrons são liberados do material e conduzidos por uma carga magnética para os anéis de aceleração e, então lançados em “booster”.
Visão aérea do prédio do Sirius
Esse booster é a estrutura circular responsável por colocar esses feixes de elétrons quase na velocidade da luz. Depois disso, eles são direcionados ao acelerador principal, que é essa grande estrutura de 500 m que você vê nas imagens.
O funcionamento desse equipamento pode parecer complicado para quem não tem um conhecimento profundo de física, mas o caso é que o Sirius poderá ser utilizado não apenas para testar teorias, mas também para conseguir resultados práticos.
O antigo acelerador fonte de luz síncrotron que o Brasil possui — o qual será substituído pelo Sirus — foi um dos responsáveis por decifrar em um modelo 3D uma proteína essencial para a reprodução do vírus zika. O Siruis será capaz de conseguir imagens mil vezes melhores e, com isso, poderá dar um grande impulso na qualidade das pesquisas brasileiras em vários campos.
Câmaras de vácuo que conduzirão os elétrons em aceleração
“O Sirius está muito próximo do limite daquilo que a engenharia permite construir e será capaz de produzir ciência competitiva internacionalmente por, ao menos, uma década”, disse o diretor do LNLS, o físico Antônio José Roque da Silva.
Caso não haja mais atrasos nos repasses do governo federal para a construção do acelerador, estima-se que o Sirius esteja completamente operante durante o ano de 2019, se tornando o equipamento mais moderno do mundo em sua categoria.
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Conheça o Sirius, o novo acelerador de partículas brasileiro via TecMundo