Artes/cultura
29/04/2021 às 06:41•2 min de leitura
Um grupo de arqueólogos identificou o que pode ser a primeira múmia grávida já encontrada. Com base em exames de raio-X, os pesquisadores acreditam que a mulher tinha aproximadamente 20 anos e estava com cerca de 28 semanas de gravidez quando morreu. Estima-se que corpo tenha cerca de 2 mil anos.
O autor do estudo, Wojciech Ejsmond, explica que a descoberta vai oferecer novas possibilidades para estudos de gravidez na Antiguidade. “Para os egiptólogos, esta é uma descoberta fascinante, porque sabemos pouco sobre a saúde perinatal e a infância no Antigo Egito”, afirma. Ele diz que também será possível entender melhor os antigos costumes funerários na região e como a gravidez era vista na religião.
Acredita-se que a mulher foi alguém muito importante na região; isso porque seu corpo foi embalado com tecidos de alta qualidade (Reprodução/Polish Academy of Science)
Segundo as informações divulgadas pelo grupo no Journal of Archaeological Science, a mulher viveu perto da época em que a rainha Cleópatra governava e que a cidade de Tebas, onde foi encontrada, ainda prosperava. Além disso, os pesquisadores também acreditam que a gestante era uma personalidade importante na época. Isso porque o corpo estava envolto em tecidos de alta qualidade.
Imagens da região abdominal da múmia; o feto está destacado em cores (The Sun/Reprodução)
Ainda não se sabe porque o feto não foi retirado da mãe para ser mumificado sozinho, como em outros casos já conhecidos. Os arqueólogos ressaltaram que o nome era considerado algo muito importante nas crenças egípcias e, considerando que o feto ainda não tinha um, sua vida após a morte só seria possível se fosse mumificado junto de sua mãe.
A múmia foi oficialmente descoberta em 1826 e levada para a Polônia. Em 1917 foi transferida para o Museu Nacional de Varsóvia, onde está até hoje. O corpo foi retirada para fins de estudos em 2015.